Ser o melhor no que você faz, esse é o grande objetivo de todos aqueles que buscam se dedicar ao máximo na área ou carreira escolhida. Entre os atletas, ser o melhor vira quase uma obsessão, pois os frutos colhidos quando isso acontece são inúmeros! No dia 24 de novembro a Federação internacional de atletismo (IAAF) promoveu a premiação dos melhores atletas de 2017 na cidade de Monte Carlo.Os vencedores foram a heptatleta belga Nafissatou Thiam e o saltador em altura catariano Mutaz Essah Barshim. Ambos tiveram uma excepcional temporada em 2017, com a belga rompendo a difícil barreira dos 7.000 pontos (7.013) no heptatlo, além de ser campeã no mundial de Londres, e o catarino obtendo a segunda melhor marca de todos os tempos no salto em altura com 2,43m (2 centímetros a menos do que o recorde mundial) além de ser manter invicto durante toda a temporada, vencer a Liga Diamante na sua categoria e ganhar o título mundial em Londres.
Com o título de melhores do ano, Nafissatou e Mutaz atraíram mais visibilidade para provas que muitas vezes não são de conhecimento do público ou de grande divulgação na mídia como as provas de corrida. Situando o leitor sobre um pouco delas, o heptatlo é a versão feminina das provas combinadas, onde em uma mesma competição, a atleta disputa diversas provas e possui uma pontuação pelo resultado de cada uma delas, no final vence a competição a atleta que atingir a maior pontuação. São estas as provas do heptatlo: 100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso, 200m, salto em distância, lançamento de dardo e 800m. Já o salto em altura, juntamente com o salto com vara compõem as provas de saltos verticais, nelas além de força e velocidade, outros componentes técnicos e biomecânicos interferem diretamente no resultado final obtido. Um exemplo disso veio com o próprio Mutaz, atleta que eu tive a oportunidade de auxiliar na preparação para as Olimpíadas do Rio2016, quando o mesmo realizou sua preparação para os Jogos na cidade de Juiz de Fora. Para saltar mais alto percebi que era essencial para Mutaz realizar uma mudança em sua técnica de corrida acrescentando mais passadas antes do salto (na época o mesmo utilizava 4 passadas) porém, devido à proximidade das Olimpíadas foi mantida a técnica, que ainda proporcionava bons resultados, sendo comprovado com o 2º lugar nos Jogos. Entretanto, neste ano de 2017, Mutaz se preparou para as competições consolidando a nova técnica, agora com 8 passadas e obteve uma extraordinária temporada, sendo imbatível em todas as competições!
Mais uma vez, foi possível perceber a importância da continuidade de um bom trabalho para a colheita dos frutos e como a ciência e o conhecimento fazem a diferença no sucesso esportivo.
Colaboração: Ingrid Moreira