A marcha das horas

10/04/2018 às 17:46.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:16

Os dias fluem mais rapidamente do que nunca, embora com aproximadamente as horas de sempre. As notícias e fatos são profundamente inquietantes. Houve um terremoto na Bolívia, mas prédios sacudiram em várias cidades do país. Jornal destacou: “A República tremeu e deve tremer de novo”. Referia-se à decisão do STF no habeas corpus preventivo não concedido ao ex-presidente Lula, em reunião do último dia 4. Não era o fim. Eclodiu uma guerra em que abaixo-assinados pediram a manutenção da prisão do ex-presidente em segunda instância. Outro periódico usou a manchete: “Decisão sobre Lula eleva tensão e Cármen pede serenidade”. Serenidade? Desaceleração da Terra em seu eixo causa aumento no número de terremotos, dizem cientistas, admitindo novos tremores em 2018. Pesquisadores do Tio Sam identificam registros históricos de cismos de grande intensidade em 1910, 1943, 1970 e 1980. Por aqui, as ocorrências políticas graves poderiam ser também levantadas. São frequentes. Em duas semanas, dois assaltos contra agências dos Correios em Montes Claros, com características muito parecidas. Os bandidos chegaram de moto e, armados, pediram (?) dinheiro. Retomaram o veículo e desapareceram. O maior assalto foi contra a sede principal dos Correios na Praça da Matriz, histórico logradouro da cidade.  Neste ínterim, a repartição federal começou a distribuição de correspondência, em dias alternados, em 743 cidades. Por que? Em São Paulo, abrem-se inscrições para concurso, com 2.700 vagas, para soldado de segunda classe, com salário de R$ 3.049,41. Dos candidatos, exige-se 1,60 metro de altura mínima, e das mulheres, 1,55 metro. Não se fala em “gêneros outros”. Em Minas, há 120 vagas para juiz de direito, com salário inicial de R$ 26.125,17. Candidatos têm de provar três anos de experiência. Oito vagas para candidatos negros e quatro para pessoas com deficiência. Não há referências a índios. Em Fortaleza, matutino alerta: “Prisão de Lula pressiona ministros do Supremo”. Novas tentativas judiciais para libertar o ex-presidente, dependem, na última análise dos ministros do STF. Nas próximas horas, o cidadão deste país ficará de olhos e ouvidos atentos ao noticiário. Um misto de medo e insegurança, inclusive pelo radicalismo de posições políticas, quando tanto necessitamos de tranquilidade em busca do tempo perdido. Quarta-feira, dia 11, reunião do Supremo. Dois dias depois, a presidente da Corte, Cármen Lúcia Antunes Rocha, assume o governo do país, com as viagens de Temer e de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados ao exterior. Até porque a lei eleitoral dispõe que não podem assumir sequer interinamente para não ficarem inelegíveis. É a primeiro chefe de Executivo do Norte de Minas, nascida em Montes Claros, onde reinou D. Tiburtina, símbolo da mulher sertaneja. E Cármen Lúcia é dos Antunes, de Espinosa. Quem quiser saber mais, deve ler a história de Antônio Dó, contada por Petrônio Bráz. 

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