A vez do vírus

09/03/2020 às 18:19.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:53

O oftalmologista Li Wenlang, de 34 anos, chinês, que trabalhava em Wuhan, alertou no final de dezembro sobre o aparecimento de um vírus. Resultado: foi punido pelas autoridades e lhe sobreveio a morte, devido a uma infecção. Seus colegas protestaram: “é um herói que deu o alerta e pagou com a vida”. A mensagem, em rede social chinesa, foi censurada, pura e simplesmente, como convém aos governos totalitários. Mas o problema não cessou, exigindo uma investigação que revelou o significado macabro da advertência.

Ninguém segurou o coronavírus. Menos de três meses depois, todo o planeta estava com medo, com mais de 100 mil infectados, em 91 países e territórios, e 3,4 mil mortes. O Brasil também se assustava, apesar do pedido de serenidade formulado pelo ministro da Saúde.

O mundo entrou em plantão permanente, a despeito da empáfia inicial da Casa Branca, que esperava espantar o fantasma surgido na China simplesmente com um baú de dólares. O corona também chegara lá e deixara rastros fúnebres e temor generalizado.

As consequências finais, ou seja, numéricas, eram imprevisíveis e a Terra encerrou a primeira semana de março sob o signo do medo, inclusive, porque já pesava nos cálculos dos institutos de pesquisa com números alarmantes para a economia mundial. Antevia-se o agravamento da crise.

Na sexta-feira, Dia de São Leandro, alguns dos jornais publicaram as seguintes manchetes: “Se repetir a China, é administrável, disse o nosso ministro da Saúde”. “Diante da explosão de casos, Minas vai decretar emergência”.“Ministério da Saúde antecipa vacinação contra a gripe”. “Disparam no Brasil casos suspeitos de coronavírus”. “Coronavírus: chegam a 132 os casos suspeitos no país”.

O que se terá à frente, quanto ao coronavírus, é imprevisto, tudo dependendo da evolução da doença no mundo, sendo certo que ela avança todos os dias. Todas as áreas do fazer humano estão sendo afetadas. O movimento internacional de pessoas por terra, mar e ar já decresceu expressivamente. Tudo sofrerá modificações profundas e rápidas. É preciso salvar o possível, enquanto possível e com rapidez e eficiência. Jornal da capital opinou: “Democrático, o novo coronavírus prova que não tem ideologia nem preconceito. Ataca cinco continentes. Os estragos por ele causados se disseminam pelas economias globais e ameaçam uma quebradeira geral. Pobres e ricos estão com a espada de Dâmocles sobre a cabeça.”

Todo o sistema de saúde de Belo Horizonte se acha em ação permanente, com o secretário municipal, Jackson Machado Pinto, na liderança. A Prefeitura de Montes Claros, maior cidade do Norte do Estado, informou que não existem casos de coronavírus na cidade, mas apenas um paciente com suspeita do vírus. Está internado no Hospital Universitário Clemente de Faria, atendido dentro dos protocolos internacionais estabelecidos para a doença.

A Arquidiocese de BH orientou os fiéis a evitarem contato físico durante as missas. Dom Walmor deu a orientação de forma restrita à arquidiocese: “A Arquidiocese de Belo Horizonte, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem-estar de cada pessoa. A vida é dom de Deus, precioso, e por isso mesmo deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural. Por isso mesmo, a igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos”.

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