Após o recesso

21/07/2021 às 18:06.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:28

O assunto ainda é a CPI do Senado sobre Pandemia. A Comissão, que tinha previsão de término em 90 dias, acabaria em agosto, foi renovada por igual período e seguirá até novembro, funcionando para exame de documentos das investigações durante o recesso parlamentar do meio do ano.

O retorno do presidente a Brasília encontrou os membros da Comissão mais preparados aos embates que viriam e virão, de modo que os ânimos não se arrefeceram.   Antes pelo contrário, até porque o  chefe da nação não deixou de disparar farpas e flechas contra seus componentes, mesmo do leito hospitalar.

Enquanto isso, a própria sociedade tomou conhecimento desses colegiados e de seu papel. O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, de Minas Gerais, professor universitário, em jornal belo-horizontino, lembrou o constitucionalista José Afonso da Silva, que leciona: 

“Comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado, e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”.

Está suficientemente claro. O pior para os responsáveis pelos delitos ou falcatruas está por vir, depois de concluídas as investigações, que compreendem também apresentação de documentos e oitiva de testemunhas ou investigados.

Enquanto o governo tentava minimizar o poder de fogo da CPI, foi-se criando um ambiente hostil ao Planalto, em face de depoimentos durante a primeira parte dos trabalhos. Além disso, viu-se que havia muito mais a esclarecer e algumas oitivas, confusas e desconexas dos contrários à Comissão e suas indagações, se foram fazendo contestáveis. Neste interim igualmente, surgiram novos nomes de pessoas que não contribuem para isentar de responsabilidade os envolvidos  nas suspeitas e que os meios de comunicação repetem incessantemente.

A hora é de ansiosa expectativa. Nos dias de recesso parlamentar, se encontrará muito material adicional sobre o caso Covid, que tão mal depõe contra pessoas do governo, sobretudo do Ministério da Saúde. É pena. Os brasileiros não mereciam esses novos desapontamentos e decepções.

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