Começou a campanha

20/08/2018 às 19:22.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:01

Em plena campanha. Centenas de candidatos se apresentam ao eleitor em busca de voto. É espantoso, talvez, o número de brasileiros que se dispõem a servir à pátria em meio aos milhares de complexos problemas que a desafiam. Escolher os melhores, eis o que se vai fazer daqui a pouco. 

O assunto me fez lembrar Galeno Alvarenga, da mesma terra de nascença de Carlos Drummond de Andrade: Itabira. Formado em medicina e filosofia pela UFMG, carrega consigo altos títulos, entre os quais de doutor em filosofia, professor, tendo participado da fundação do curso de psicologia da Faculdade de Psicologia da UFMG e da implantação dos seus institutos de Ciências Biológicas e Ciências Humanas.

Pois bem. Ele nos comenta, em livro, a hora difícil de definir os melhores para dirigir os destinos da comunidade, qualquer que seja o nível. Explica: “os que já foram enganados outras vezes, por diversos governantes, esperam mais fatos e menos boatos para se decidirem. Este grupo sabe que as suas experiências são altamente diferentes das vividas por seus superiores”. Por quê?

“Os sons que eles pronunciam são os mesmos que todos nós pronunciamos, mas palavras iguais: ‘guerra’, ‘inimigo’, ‘ditador’, terrorista”, ‘incapaz de governar o povo’, ‘liberdade’, ‘democracia’ etc, expressam experiências muito diferentes, referem-se a mundos totalmente diversos”.

E, efetivamente, o são: Sadam Hussein era “Deus” para a maioria do povo iraquiano, e se viu no que deu essa fé. Bush, o norte-americano, era apoiado pela maioria do Congresso e por grande parte do povo. E quanto à maior nação do hemisfério Sul das Américas?

Nós, brasileiros, já elegemos Jânio. A nossa Câmara dos Deputados aprovou, sem votos contra, o governo de Costa e Silva, Médici e outros. “Stalin foi herói na Rússia e Hitler na Alemanha. Com o passar dos anos, com mais informações e menor número de versões, a história poderá ser transformada em novas verdades”. E, afinal, pergunto eu, o que é a verdade? Ela é uma só? Dito isso, retornou ao raciocínio de mestre Alvarenga: “infelizmente, os heróis ou trapaceiros voltaram, discursando como sempre, conduzindo para a guerra, ou para diversos caminhos e estranhos aos nossos, um rebanho de jovens inocentes”.

É preciso pensar muitas vezes, conhecer bem os candidatos, porque, aqui como lá, há guerra, por outros meios e maneiras, com outros propósitos, com outros soldados, voluntários ou não. “Vidas e vidas continuam sendo eliminadas, sem ao menos perguntar aos crentes seus valores e objetivos. Impõem-nos, em troca de nada, explicando palavras vazias, seus objetivos sórdidos. De tempos em tempos, uma multidão de ovelhas puras e mansas caminham, antes da hora, para o outro mundo, conduzida por pastores incapazes de loucos”.

Tem-se que meditar. Os mais espertos aprendem a apresentar ao povo a máscara de saudável honestidade e honradez, em discursos em que expressam e prometem ao cidadão tudo aquilo que deseja ouvir e alcançar. Depois descobrem, no decorrer dos dias, que nada daquilo lhe será oferecido. Basta verificar no dia a dia da vida de nossas cidades, de nossos estados ou do país. Não é difícil identificar os que prometem e não cumprem, inclusive os que sabem que estão prometendo para não cumprir. 

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