Mineiro de Corinto

04/05/2021 às 18:43.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:50

Saía-se de Belo Horizonte para o Norte de Minas. Depois de horas percorridas sobre os trilhos da Central do Brasil, passando por Cordisburgo, da gruta de Maquiné e de Guimarães Rosa (então ainda não reverenciado), chega-se a Corinto. Ali, a ferrovia trifurcava: para Montes Claros,  Pirapora e Diamantina.
A estação ficava apinhada pelas moças e rapazes. Queriam ver os viajantes, que poderiam ali pernoitar para retomar viagem no dia seguinte. Era a vez dos donos de pensão, entre os quais siô Benzinho, não sei a origem do nome.

E a que correspondia Corinto? Sei que o lugar virou vila e município, por Lei de 1923. O IGA (Instituto de Geociências Aplicadas) esclarece que o centro geográfico de Minas Gerais se situa precisamente no município, a 28 km aproximadamente da sede, em Morro das Garças.

Desde a modesta origem no interior de Minas, caminho do sertão, João Camilo Pena começou a vislumbrar novos rumos para Minas Gerais e para o Brasil. Estudioso e dedicado a seus objetivos e projetos, ajudou a construir um estado moderno e produtivo, estendendo seus planos e perspectivas por toda a nação. Ocupante de cargos importantes, manteve a sua maneira de ser e agir, sereno mas firme em convicções e ideais.

Durante as viagens aéreas Brasil afora, aproveitava as horas a bordo para a leitura, na qual se incluíam os dramas históricos e as tragédias de Shakespeare, evidentemente no original. Despido de vaidade, comandou algumas das grandes empresas do país, entre as quais a Cemig - de que foi presidente, a Furnas Centrais Elétricas, além do Instituto Brasil - Estados Unidos e a Fundação Dom Cabral, onde deixou marcas indeléveis de sua gestão e iniciativas.

Desde os primórdios, esteve à frente do Ministério da Indústria e Comércio na gestão João Batista Figueiredo, bem como da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais e era um cidadão que não sabia dizer não quando sua colaboração era necessária.

Sou testemunha próxima de sua vida profissional em alguns períodos e posso acrescentar, como o disse o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe: João Camilo Pena, com seu trabalho e talento ajudou a construir o Brasil moderno. Culto, sóbrio e modesto, operoso, representa bem a gente de nosso Estado.

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