Museu Histórico Abílio Barreto recebe Bax

21/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:12

Belo Horizonte, já considerada celeiro e grande núcleo de produção nas artes plásticas, oferece presentemente oportunidades singulares para os apreciadores e admiradores do belo. Digo-o não simplesmente pelo contato diário com as notícias das salas de exposições e galerias, mas por outras atrações convidativas.

Realço, entre o que há de precioso neste final de abril e até 11 de maio, a mostra “Bax e a Cidade Modernista”, no Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), este um diamantinense que realizou o principal levantamento da crônica da capital desde seu projeto. O nome do Museu, aliás, vem do tempo em que Celso Mello de Azevedo foi prefeito, aliás, o primeiro belo-horizontino a dirigir os destinos da cidade, como constou de sua propaganda eleitoral.

O MHAB não é mais, porém, só o casarão típico da época da implantação da capital projetada pelo paraense Aarão Reis. Transformou-se em casa de preservação de um patrimônio valiosíssimo e altamente indicada a iniciativas no campo histórico, literário e artístico.

Não sem razão, portanto, ora serve de palco para as comemorações dos 90 anos de Petrônio Bax, nascido em Carmópolis, não muito longe daqui. Lá se instalou o curato de Japão, da paróquia de Passa Tempo, município de Oliveira, em 1862, à margem Fernão Dias, desde a construção da rodovia.

A exposição de Bax, aberta em dia 11 último, termina no dia de seu aniversário, em 11 de maio próximo, e retrata uma época marcante de Belo Horizonte, em que floresceram e se afirmaram nomes expressivos da arte mineira, inclusive sob inspiração e entusiasmo de um médico que alçou à presidência da República.

O velho Grande Hotel, que abrigara os mais importantes vultos da política, cedeu lugar ao Conjunto Maletta. Ali se reuniam em seus bares e restaurantes, quantos trocavam ideias e apresentavam planos e as artes de um modo geral.

Entre eles, estavam Petrônio Bax, simpático e cordial, referido no livro “Lua Nova”, que bem lembrou uma geração muito singular. O pintor de Carmópolis, que iniciara com mestre Guignard, ali conviveu com escritores, jornalistas, músicos e intelectuais. 

É bom dizer que, na mostra do MHAB, estão, entre outros, os retratos de três personagens que marcaram naquela época: o maestro Arthur Bosmans, que costumava me visitar na rua Camões; o acadêmico José Bento Teixeira de Salles, de Santa Luzia, como não poderia deixar de ser, uma das mais amáveis figuras de Beagá; e a colunista, Jane Zeimer Soares, de saudosa memória.

Visitar o Museu é prestar também homenagem a Bax, homenageado na Exposição, “Bax, discípulo do mestre Guignard”, em maio e junho, no Museu Casa Guignard, em Outro Preto. Na programação, publicação de “Convite a uma reflexão: a Espiritualidade em Petrônio Bax”, texto do prof. Roque Camêllo, recém-falecido. 

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