O legado da Rua de Baixo

20/09/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:38

Dele se poderá dizer, sem medo de errar: é uma joia. Refiro-me a “Rua de Baixo”, livro que tem subtítulo “o passado reencontrado. ”Seus organizadores foram Fabiano Lopes de Paula, Adriana Lopes de Paula Andrade, Bernadete Versiani Santos e Virgínia de Paula. 

Os textos, incluindo a poesia, são de mencionados autores, além de João Soares da Silva, Nair Maria Machado Souto, Maria Lúcia Oliveira Teixeira, Wagner Gomes, Magda Caribé, Walda Ataíde, Waldoniza Maria de Souza, Palmira Oliveira Teles, João Caetano Canela, Beatriz Sarmento Veloso, Cláudia Veloso Colen, Dulcivânia Ferreira Leite, Iolanda Xavier Souto, Diomar Alves de Souza, Maria do Carmo Batista, Maira Eny Lopes dos Santos, Lúcia M. Oliveira, Ruth Tupinambá Graça, Luiz Ortiga, Wilson Castro Brito, Maria Aparecida Soledade Brito, Maria da Glória Xavier (Dudu), Adriana Lopes de Paula, Maria Marcolina Teixeira Figueiredo (Naná), Fábio Guerra Maurício, Maria Aparecida de Paula (Lota), Vera Lúcia Andrade, Maria de Lourdes Souza Vieira, Maria José Freitas (Zezé), Luciano Lopes de Paula, Raimundo Nonato de Freitas Júnior, Sueli Teixeira de Freitas, Francisco Lopes (Tico Lopes), Maria das Graças Queiroz Maurício, Murilo Maciel, Haroldo Lívio, Geraldo Prates e Augusto Vieira. 

Vê-se que o parágrafo ficou extenso, para um comentário com o espaço restrito que lhe é destinado. Mas não deixaria de relacionar os nomes dos colaboradores de volume tão precioso a Montes Claros e tão caro aos que ali nasceram e a amam. Tampouco ignoraria a arte de José Augusto Ramos, as fotografias do acervo dos autores citados, do “Álbum Moc Antiga” e Facebook de Maria das Dores Guimarães Gomes e Wagner Gomes. Da cuidadosa revisão, se encarregaram Cristina Lopes Oliveira, Bernadete Versiani dos Santos e Júlia Leocádia das Graças.

A edição não é nova, mas a valia da obra é permanente, pela sucessão de depoimentos, pelo material que enriquece a iconografia, pelo prefácio de Antônio Roberto. Este não esquece o padre Dudu, pároco da matriz, tampouco Anália, amiga da família – “eterna e principal dama da noite e a mais ilustre cafetina do Norte de Minas. Era ali em seu recanto de sonhos e mulheres dadivosas, na rua proibida para filhas virtuosas, que os mais conceituados homens da Rua de Cima deitavam seus corpos e entregavam suas almas”.

Entre os que comparecem a estas páginas, em textos e imagens, alguns não estão mais fisicamente entre nós, como Haroldo Lívio. Sua presença, porém, neste verdadeiro álbum, constitui sincera homenagem e atestado de perenidade que a “Rua de Baixo” conquista. Trata-se mais do que uma peça literária. É uma obra de reconstrução histórica extremamente rica, que transporá os limites do tempo, com fatos e imagens de comovente beleza. 

Como Geraldo Prates, de uma família de gente querida da parte de baixo da cidade, os que viveram na parte de cima, lembrarão a exibição da Euterpe no terraço do edifício do semanário “Gazeta do Norte, executando velhos dobrados de bandas. Na Gazeta, publiquei meu primeiro artigo. O jornal, de propriedade de Jair Oliveira, fundado pelo pai, José Tomás, me abriu as portas. 

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