O Natal que passou

29/12/2020 às 18:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:25

Manhã fria no dia comemorativo do nascimento de Jesus, que lições numerosas deixou para a humanidade. O silêncio das ruas no feriado parece demonstrar que algo não está bem; que não estamos bem. O Natal numa sexta-feira lembra que, também nesse dia, o pregador da boa nova foi executado numa cruz no Gólgota há mais de dois mil anos. Restaram as lições.

Deixei para redigir, neste tempo de tanta simbologia, um comentário sobre o livro “Mosaico”, que  Mara Yanmar Narciso da Cruz publicou em 2020 pela Millenium.

Médica e mãe de filho único, que já passou da idade de Cristo, não se circunscreve a autora, às profissões escolhidas. Tanto que integra a Academia Feminina de Letras de Montes Claros, Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e a Academia Montes-clarense de Letras, ocupando ali diretorias.

Karla Celene Campos, confreira, sugeriu-lhe que as crônicas à Imprensa deveriam se transformar em um volume, o que se deferiu, e foi cumprido. Uma  das anteriores publicações em jornais aparece: “Ando exausta de tanta solidão”, um título e tema bem adequados ao pretérito Natal triste de 2020.

Além de aplaudir o IHGMC pela iniciativa de criar um consórcio, que contribui para difusão do livro, como justifica plenamente o presidente Dário Teixeira Cotrim, tem-se a clara segurança do feliz desfecho do projeto com publicações em análise, que enfim confirma a vocação da autora para as letras. Não suficientemente satisfeita com sua produção, estimula-se a novos textos, ou para os periódicos  ou para livros que lhe enriquecem a bibliografia.

O Natal conduz a uma constatação: “Tradicionalmente é a festa da família, ocasião em que se deve apaziguar os ânimos, virar a página, zerar os acontecimentos, praticar o perdão, largar as diferenças, abandonar a mesquinharia, deixar para lá as desavenças, especialmente as financeiras”. E indaga: “Brigar por causa de dinheiro?”

Como imensamente se escreveu neste período do calendário, preponderantemente sobre a pandemia, que muito ainda marca pessoas e famílias em todo o planeta, pode-se também admitir que estes dias de 2020 serão recordados futuramente pelas lágrimas derramadas e pelos muitos milhares de pessoas que partiram e deixaram saudade. O Natal, a Navidad, como escrevem e falam os hispânicos, não foi de venturas como em outras épocas. Aprendamos a viver os infortúnios, porque o ano que se aproxima ou está começando não se me apresenta dos mais dadivosos. Quem viver conferirá. Em todo caso, há mosaicos que nos amenizam a carga de dor e de pungentes sentimentos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por