O Norte de Minas no Planalto

13/04/2018 às 19:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:20

Pelas voltas que o mundo dá ou por obscuras razões do destino. Isto é, pelo encadeamento de fatos determinados por leis necessárias ou fatais, Minas Gerais é o único Estado a que coube fazer-se representar na chefia do Executivo Nacional por uma mulher: e mais de uma vez.

Primeiro, quando Dilma Rousseff, belo-horizontina nascida no Hospital São Lucas, sucedeu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através de sufrágio popular; e – esta semana – quando a montes-clarense Cármen Lúcia Antunes Rocha, por força das circunstâncias, ocupou o cargo, por curto tempo, durante viagem do presidente Temer ao Peru.

Um fato a que ela não poderia faltar, como presidente do Supremo Tribunal Federal. Por coincidência, numa sexta-feira 13, mas de abril. Com a substituição, evitou-se que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do Senado, Eunício de Oliveira, se incompatibilizassem à disputa eleitoral de 2018.

Não é o melhor tempo o que atravessamos, por numerosos fatores e sintomas perceptíveis. Até as ruas, pelas quais transitamos no nosso cotidiano, se mostram acabrunhadas, como se refletissem o desencanto de uma população: que já teve paz, tranquilidade – no mínimo para as tarefas indispensáveis à vida, à percepção de salários, que – mesmo diminutos – pudessem assegurar o pão-nosso-de-cada-dia. Os ricos ficam de fora dessas considerações e padecimentos.

Há de se observar que esta é a segunda vez que o Norte de Minas chega à presidência. A primeira foi com Juscelino, que no ano passado festejaria aniversário de formatura em medicina pela Universidade de Minas Gerais. Foi uma época de distensão política, de amena convivência, que permitiu que se executasse em cinco anos uma administração de cinquenta, em realizações em favor do Brasil e dos brasileiros. Em maio, Cármen Lúcia, que o Brasil conheceu pelos veículos de comunicação mais recentemente, voltará ao cargo. Só se pode augurar a quem vier a suceder a Temer, dias melhores e mais felizes, como os da época de JK, por exemplo.

Daqui a poucos meses, a nação escolherá um novo presidente. A inspiração emanada da operosa e sofrida gente norte-mineira poderá servir de aconselhamento na hora da magna decisão. Serão mais quatro anos de governo, a partir do vindouro janeiro, que tanto representa em esperança do cidadão de hoje e das futuras gerações.

O Brasil tem um grave, até porque imenso, dever a cumprir. O que mais se poderia desejar é que se sinta a democracia como um modo de vida e uma conquista permanente, como disse a própria Cármen, há poucos dias, na Faculdade de Direito da UFMG.

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