O preço de uma vida

14/09/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:26

A recuperação de Jair Bolsonaro continua como se esperava, para propiciar condições de uma segunda cirurgia, também de grande porte, reconstruindo o trânsito intestinal e removendo a bolsa de colostomia. Mesmo já em unidade de tratamento semi-intensivo, o cuidado é máximo, porque o ferimento de que foi vítima foi extenso. 

Leopoldo, de Montes Claros, observou: “Jornais, com erros e acertos, levantam os passos do leitor da Bíblia, e deste pregador evangélico, que surpreendeu a todos com o gesto extremo, incompatível com a fé que externamente demonstrava praticar”.

Na quarta-feira à noite, Bolsonaro foi submetido a mais uma intervenção cirúrgica no Albert Einstein. Cuidavam os médicos de “eliminar aderências entre as alças que obstruíram o intestino delgado, bem como corrigir uma fístula entre suturas da primeira operação. O capitão teve muitas náuseas, chegou a vomitar”.

Esse quadro, evidentemente, pode repetir-se, enquanto se espera a cirurgia maior, que dependerá da evolução do quadro clínico do paciente. Simultaneamente, confia-se que o ambiente de intolerância se arrefeça, o que resultaria muito bom para própria imagem do Brasil no exterior. Não é hora de semear novas safras de incompreensão, de violência, de ódio. 

As notícias não podem ser sentidas e interpretadas com rancor, sobretudo quando o ambiente já é alimentado por tamanhas malquerenças. Que se cumpra a lei e se trabalhe para dias pacíficos entre os homens de boa vontade. Que se observe também o cumprimento da missão filantrópica da Santa Casa de Juiz de Fora, que agiu em tempo hábil e com competência, salvando a vida de um candidato à chefia da nação. O episódio lançou luzes sobre o labor das Santas Casas do Brasil, introduzidas aqui em 1538, trinta e oito anos após a descoberta. 

Atendendo a mais de cinquenta por cento dos leitos oferecidos ao SUS no país, elas prestam os mais relevantes serviços à população, sem diferença de condições sociais e econômicas. Pela tabela do SUS, nesse caso específico, a Santa Casa da grande cidade mineira receberá R$ 367, destinados aos médicos, e mais R$1.090,80, ao hospital. Era o que valia a vida naquelas circunstâncias. 

Há poucos dias, aliás, as santas casas e hospitais filantrópicos do Brasil comemoraram a assinatura, pelo presidente Michel Temer, da Medida Provisória (MP) que abria linha de crédito para essas instituições. A MP entrou em vigor em 17 de agosto, e tem 120 dias para ser transformada em lei. Com isso, os hospitais poderão acessar recursos do FGTS, para financiamentos, sem carência e com prazo máximo de 10 anos, com taxa de juros máxima de 8, 66% ao ano, por meio dos bancos oficiais – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com a MP, seriam liberados 5% do orçamento do fundo, com metade dos juros praticados pelo mercado. O montante deve chegar a R$ 4 bilhões, dos R$ 83 bilhões previstos para 2019, com a destinação condicionada à aprovação do Conselho Curador do FGTS.

Diante dos fatos, o que se quer é dar agilidade à medida preconizada. Todos os dias, todas as horas, em todos os lugares, há necessidade de atendimento por estas beneméritas instituições. 

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