O tempo e o vírus

13/03/2020 às 17:00.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:56

Março pela metade. Depois de chuvaradas pelo Sudeste, deixando mortos às dezenas em Minas Gerais, litoral de São Paulo, terras e serras do Espírito Santo, favelas do Estado do Rio, até da Bahia, a gente da extensa região brasileira quedou na ansiosa expectativa em torno dos próximos dias. Chover ou não chover? Em Belo Horizonte, o prefeito Kalil terá tempo de recompor o piso das vias públicas e demais danos causados por temporais.

As dúvidas se dão em face do Dia de São José, - popularmente o das enchentes das goiabas, que anunciam, segundo a gente da roça – o fim da temporada das águas no interior de Minas. Mas, como será 2020 já com tão desagradáveis surpresas nas atividades humanas? As hidrelétricas do Sudeste e Nordeste do Brasil, onde se localizam os principais reservatórios do Brasil, vão receber chuvas acima da média em março, contribuindo para recuperar o nível dos lagos, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico em relatório. O Sudeste e o Nordeste deverão receber, respectivamente, precipitações equivalentes a 111% e 101% da média histórica para o mês - parte do chamado "período úmido" na região das usinas, que vai de novembro a abril. O volume esperado para o Sudeste, contudo, ficou abaixo da projeção de 117% divulgada no boletim da semana anterior. Para o Nordeste, o ONS elevou a projeção em 21 pontos percentuais.

Ninguém, no entanto, terá segurança para afirmar sobre o que o futuro nos reserva para 2020, além do que preconizam os meteorologistas. Chover ou não, é o que predominantemente menos inquieta esta metade de século. De fato, a declaração da Organização Mundial de Saúde com relação ao coronavírus confundiu o mundo e põe em sobressalto todos os países.

Uma coisa é certa: os povos começaram a perceber o que é exatamente uma pandemia. Impressionou uma informação da OMS de que a palavra se emprega quando uma doença espalha-se por grande área geográfica, não se restringindo a uma região ou povo. O planeta treme. Interrupção de grande parte das atividades do homem, a suspensão de viagens aéreas e cruzeiros marítimos, das aulas, do direito de ir e vir livremente, a frequência a práticas esportivas. E, como se fará para tratar um mal, que jamais nesta escala foi enfrentado pela humanidade? Quem paga a conta dos estragos cruéis do vírus? Como se comportarão as nações mais pobres de todos os continentes, se sabemos que os mais ricos e poderosos estão assustados ou em pré-pânico?

No Brasil, o ministro da Saúde opina que a contaminação pelo coronavírus se dará em progressão geométrica, a partir da semana que vem. Segundo ele, a situação é alarmante. Pediu recursos para o SUS, a fim de suportar a demanda. A ANS obrigará hospitais particulares a prestarem atendimento. Jornal de São Paulo revela que o Brasil poderá ter 4 mil casos em 15 dias. Para Mandetta, a letalidade do vírus é baixa, mas o principal impacto será a sobrecarga do sistema de saúde, que precisa de mais dinheiro público.

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