Rio 2065: Como será?

17/01/2017 às 17:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:27

Paulo Roberto Pereira, na edição de agosto de 2016 da revista Alma Mater, publica extenso artigo, verdadeiro ensaio, com um título instigante: “Rio 2065”: como será?”“. O autor é doutor em letras e professor de literatura brasileira e autor de outras publicações como “450 anos da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. A revista é editada pelo CIEE nacional e seu diretor, Arnaldo Niskier, presidente do Centro no Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Letras.

O articulista admite que o título é ‘questionador’, “com ares de esfinge” grega. Seu texto resulta de palestra proferida no Seminário Brasil, Brasis, da ABL, sob coordenação do acadêmico Domício Proença Filho. Paulo Roberto comenta tímidas festividades do 450º aniversário do Rio, há apenas dois anos, que “não resistem a uma comparação com as comemorações do 4º Centenário em 1965: “Por isso a pergunta Rio 2065, como será? torna-se cada vez mais instigante, ao se propor discutir um projeto de cidade para daqui a tantos anos”. 

O Brasil inteiro, se tomar conhecimento da pergunta, irá meditar e tecer as mais variadas observações, considerando o difícil momento pelo qual passam o Rio e a Cidade Maravilhosa, com razões de sobra. Em verdade, os obstáculos, desafios – diria eu, que ora enfrentam o estado e a urbe – não permitem horizontes animadores. 

Não se trata apenas dos empecilhos de ordem econômica e financeira, mas da própria existência ordeira e pacífica de um dos lugares mais belos do mundo. Paulo Roberto, como primeiro item,“reconheceu que a cidade mais sedutora de nosso maltratado planeta não consegue sequer unir forças suficientes do poder público e da iniciativa privada para despoluir a Baía da Guanabara”.

A cidade cresceu, soube aproveitar as belezas naturais, atraiu gentes de toda procedência, tornou-se capital do reino, serviu de sede às mais importantes repartições públicas e às que abrigavam importadores e exportadores, surgiram o Jardim Botânico, o Banco do Brasil e a Biblioteca Real, dentre outras instituições. 

Mas, ainda faltava muito, tanto que a realização da Copa do Mundo em 2016 e das Olimpíadas demonstraram suficientemente a necessidade de novos empreendimentos para receber os dois eventos internacionais, bem como tantos outros que se programem.

O Rio de Janeiro, cidade, foi capital do Brasil por 197 anos, maior cidade do país por mais de um século, e principal porto e centro econômico e político do Império e da República. São títulos nada desprezíveis que honram o lugar de entrada de Américo Vespúcio, Villegagnon, Jean de Lery, Estácio de Sá e Anchieta, agora santo, em terras brasileiras.

Mas a cidade não é mais aquela. Os turistas têm medo, pois os índices de criminalidade são elevados e crescentes. Há de encontrar-se solução até 2065. Nem só de samba vive na comunidade por mais esfuziante que seja. Hoje se tem receio de um banho de mar em Copacabana e há lugares ínvios, a que o cidadão não tem acesso. Se errar, é assalto e tiro. Basta acompanhar a mídia. 

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