Tempo convulso

18/01/2022 às 14:21.
Atualizado em 21/01/2022 às 12:15

Quem abriu os jornais ou prestou maior atenção aos noticiários de televisão e rádio, certamente ficou em grande inquietação com o que acontecia no planeta, e nele simplesmente nos achamos incluídos. De fato, as informações faziam medo, e este substantivo talvez tenha sido o mais usado pelos entrevistados.

Esclarecidos, mas também os analfabetos ou quase, sentiram que estávamos no pré-fim do mundo, do Dia Implacável, “de furor e de cólera ardente, para reduzir a terra a um deserto e dela exterminar os pecadores”, como está em Isaías 13:9. Nesse dia, os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém (II Pedro 3:10). O Sol escurecerá, a Lua não terá claridade, e cairão do céu as estrelas (Mateus 24:29)”. Os homens definharão de medo, na expectativa de males que devem sobrevir a toda a terra (Lucas 21:25-26)”.

A descrição não é rigorosamente a destes tempos intimidadores, mas há proximidade entre as profecias e os fenômenos. O tsunami de infecções provocadas pela variante Ômicron do coronavírus fez a média móvel de casos de Covid-19 no Brasil elevar-se mais de 60%.

Em âmbito estadual, diagnosticaram-se 19.153 novos casos da doença em 24 horas e houve 19 óbitos, enquanto em Divinópolis assistia-se o crescimento de quase 200 registros, acendendo o alerta. O secretário de Saúde de Minas, admitiu que isso era apenas um detalhe, porque o pico chegará em duas semanas. Síndromes gripais ganharam espaço e lotaram as unidades de pronto atendimento em todo o país e cidades, sem exceção.

Simultaneamente, com as pesadas chuvas da primeira quinzena de janeiro, grande parte do Brasil foi inundado, com exceção do Sul. Um jornal observou: no interior ou na capital, a vida de quem mora em áreas de risco, seja perto de rios, de encostas ou de barragens, é uma tensão constante. As pessoas conhecem o perigo, mas nem sempre há opção para fugir da tragédia anunciada. O cenário nas cidades tomadas pela água é desolador. Ao mesmo tempo, as estradas parecem vítimas de uma hecatombe, enquanto as famílias enlutadas pelo desastre em Furnas choram seus mortos.

Milhares de desabrigados e desalojados, com a lama tomando conta de tudo e sem alimento nos fogões e sem água nas torneiras. Tsunami assusta ilhas de Tonga e ondas de três metros atemorizando o Japão.

Um meteoro faz tremer regiões do Brasil, como para clarear a extensão da tragédia.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por