Urgente mudar

26/06/2020 às 16:24.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:52

No final de semana, arrefeceram-se os exaltados ânimos, que marcaram os dias anteriores na política. Embora acostumados às cálidas (se o adjetivo não for suficientemente forte) manifestações dos autores em cena, tivemos período de efetiva crise, não fosse a atuação dos mais prudentes.

Verdadeiramente, a nação não está nem se sente em paz, tão necessária ela para superarmos os terríveis efeitos de uma pandemia jamais vista tão trágica e cruel para todos os povos. A amplitude e gravidade dos problemas de que o povo teve notícia através de todos os veículos de comunicação, permitem deduzir que novas discussões estarão em debate a partir de agora e com uma veemência e uma agressividade não compatíveis com as circunstâncias da hora.

A polarização não conduzirá à melhor solução, mas se percebe que ela não se restringe mais aos círculos debatedores, estes já rompidos pelo conhecimento de todos os setores da sociedade. O descontentamento e a desconfiança, há bem tempo, ultrapassaram as rampas do Palácio do Planalto ou da Alvorada. Eles estão nas ruas, já sofridas sobremaneira pela perversidade múltipla causada pela pandemia que atinge uma população já cercada pela dificuldade de ir e vir, de adquirir medicamentos, de viajar, de alimentar-se, de usufruir as folganças do esporte e do lazer, de os filhos frequentarem as escolas.

Estamos em face de uma poderosa enrascada, da qual precisamos sair com a possível rapidez, antes que se agrave a situação, que se mostra das mais ameaçadoras, por motivos que a sociedade conhece. Se não escaparmos, agora, estaremos condenados irremediavelmente a provas e consequências mais dolorosas e frustrantes.

Os casos envolvendo Fabrício Queiroz e Abraham Weintraub são apenas a face de um imbróglio muito maior. Os embates entre os poderes constituídos, contrariando o explícito na Santa Magna, têm de cessar. Já Luiz Carlos Azedo aponta: “Uma parte do conflito de Bolsonaro com o Legislativo e o Judiciário é fruto de sua personalidade; a outra, mais preocupante, decorre de uma concepção de Estado descentralizado e vertical ainda arraigada, apesar de ultrapassada, compartilhada por alguns generais que o cercam”.

Imprescindível o fim das bravatas. E, como disse o jurista Sacha Calmon: “É hora de iniciar um novo ciclo de nossa história, sem arreganhos autoritários e planos factíveis de desenvolvimento econômico”.

Urge.

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