As pessoas moram é nos municípios

03/09/2021 às 17:14.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:49

Ninguém mora na União, ninguém mora nos Estados – as pessoas moram é nos municípios. É neles que a vida acontece, que os serviços são prestados (até os federais e estaduais), que as crianças estudam, os adultos trabalham... Já dizia um amigo: “A gente nasce na cidade e vive na cidade, até ser enterrado por lá...”

Apesar de nós todos sabermos disso, o modelo federativo brasileiro parece sempre privilegiar a União e, em vários casos, os Estados, ignorando que a realidade ocorre na esfera municipal, distante e divorciada da realidade oficial da alta burocracia estatal. É por esse motivo que o governador visita semanalmente ao menos meia dúzia de cidades, acompanhando projetos, recebendo demandas e discutindo soluções com os prefeitos, pois são eles, ao lado das câmaras municipais, que têm o termômetro mais apurado das necessidades, problemas e oportunidades de política pública.

Foi com isso em mente que estive em Pequi, há 10 dias, para ver que uma rua está sem postes de luz, mesmo com a prefeitura se dispondo a pagar pela execução da obra, e também para ouvir do prefeito André a diferença que fez, para a cidade, ouvir mais a população e simplificar a vida das pessoas.

Deveria ser assim na capital, com seus quase 3 milhões de habitantes, e é exatamente assim em Pequi, com menos de 10 mil moradores.

Por isso é que os prefeitos foram chamados pelo governador Zema para conversar sobre as regras de aplicação dos recursos do termo de reparação de Brumadinho, para que o recurso possa ser utilizado dentro dos limites legais estabelecidos no processo e, ao mesmo tempo, no melhor interesse das pessoas.

O convite para a conversa não surpreendeu. A surpresa ficou por conta do comparecimento de mais de 500 prefeitos que vieram demonstrar seu apoio à iniciativa e se comprometer com o atendimento do interesse das pessoas que moram em cada um desses municípios, em respeito e honra daqueles que perderam suas vidas e como reparação pelas perdas suportadas por Minas Gerais em virtude da tragédia.

Bom saber que os prefeitos de Minas sabem da importância do seu trabalho, reconhecem o papel do Estado nessa equação e estão prontos a trabalhar pelo interesse comum. A política vai se alterando aos poucos, eu tenho essa convicção. Cada vez mais gente se junta para fazer o que é certo e o espaço vai diminuindo para aqueles que só pensam na próxima eleição.

  

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