Farinha pouca, meu pirão primeiro

21/05/2021 às 19:42.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:59

Todas as vezes em que ouço alguém reclamando da distribuição de vacinas entre as cidades, penso sempre nesse ditado antigo… Farinha pouca, meu pirão primeiro.

Por isso que seguir o Plano Nacional de Imunização é, de fato, a única medida possível.

Na saída, a distribuição foi aos grupos prioritários. Algumas cidades têm mais idosos do que outras, e, por isso, basta ver que as cidades universitárias, como Viçosa, ficaram para trás, nas primeiras rodadas de distribuição.

Da mesma forma, as cidades-polo de saúde têm mais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas do que as demais, basta ver o efeito disso sobre Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia…

Para não falar nas pequenas cidades de Minas com grandes comunidades quilombolas ou população indígena relevante, que alcançaram índices altos de cobertura vacinal já nas primeiras remessas.

Por fim, ao chegarem as primeiras 150 mil doses da vacina da Pfizer em Minas Gerais, com a regra de que todas deveriam ser aplicadas apenas nas capitais, dado o treinamento que havia sido feito pela própria fabricante, Belo Horizonte recebeu cinco vezes mais doses para comorbidades do que as demais cidades do estado, levando em poucos dias a vacinar todo esse grupo.

O que está errado nisso? Nada. Todo critério, a essa altura, guardará um limite arbitrário de gestão (como dizer que a idade limite para o grupo de risco é 60, e não 59 ou 61…?).

Menos importante do que brigar contra as regras é, portanto, tentar aumentar o volume de vacinas e continuar trabalhando com a logística para garantir que as pessoas sejam imunizadas – todas as pessoas.

Sei que numa situação de desespero, diante dos riscos e das mortes, a nossa tendência é buscar culpados e tentar ajustar critérios para atender a nossas próprias necessidades. Nada disso, contudo, vai melhorar a gestão da pandemia. O melhor e único cenário de gestão possível é garantir que o Plano Nacional de Imunização seja cumprido e vamos caminhando, com a segurança possível e longe ainda da velocidade desejada, na direção do fim da pandemia.

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