Cidade escola e patrimônio

26/07/2020 às 14:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:07

Nem mesmo o isolamento social provocado pela pandemia do Covid-19 é capaz de conter a ação de vândalos, que continuam a depredar monumentos de Belo Horizonte. Recentemente, os bandidos danificaram uma das mais tradicionais estátuas do hipercentro. Trata-se do leão que faz parte do conjunto arquitetônico da Praça Rui Barbosa, em frente à da Estação, que foi quebrado. O monumento está sem a cabeça e agentes da Guarda Municipal encontraram a peça jogada no chão.

Além desse, outros atos lamentáveis também já ocorreram na mesma praça, como a depredação de um dos tigres. Na época, a estátua foi completamente destruída. A estátua de Carlos Drummond de Andrade, que fica no centro de BH, na rua Goiás com Bahia, foi depredada ao ter a mão direita arrancada e vários outros. Além disso, as pichações deixam a cidade com ar de abandono e de sujeira. É muito triste por exemplo, passar pelo viaduto Santa Tereza, que é tombado pelo Patrimônio Histórico, e constatar que ele está cheio de pichações. Este viaduto passou por uma grande obra de restauração e recentemente, recebeu os antigos postes de luminárias totalmente recuperados. Infelizmente, o que temos observado é a falta de cuidado com nossos bens comuns. 

Por isso, volto a frisar na importância da educação para construir na população um sólido conhecimento sobre a importância de preservar o patrimônio comum de uma cidade. Preservar é defender, conservar, resguardar, atitude de cuidado e respeito. Preservar é, também, dar relevância, destaque, importância, utilidade e publicidade. Por que preservar? Cada indivíduo é parte da sociedade e do ambiente onde vive e constrói, com os demais, a história dessa sociedade. Com isso, transmite às gerações futuras, a história daquela localidade. A destruição dos bens herdados das gerações passadas acarreta o rompimento da corrente do conhecimento de uma época específica. É o caso da estátua do tigre na Praça da Estação que foi totalmente destruída. Será que ela conseguirá ser reconstruída como anteriormente?

Assim, penso que o caminho é mesmo a Cidade Escola, que deve contribuir para preparar seus cidadãos para o respeito ao espaço público. Na Cidade Escola, as instituições de ensino mostram aos estudantes a necessidade de se ter um olhar coletivo e sensível sobre o patrimônio público. Certamente, um momento importante para a educação na formação de cidadãos críticos conscientes de seus deveres, bem como da valorização, respeito e promoção dos espaços urbanos que marcam as vivências do tempo.

  

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