Cidade-esponja

28/02/2020 às 19:44.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:47

Janeiro de 2020 foi mais um mês marcante na história de Minas. Infelizmente, de maneira bem triste, devido às muitas chuvas em todo o Estado e centenas de municípios decretaram situação de emergência. As chuvas em Belo Horizonte estabeleceram uma nova marca: foi o mês mais chuvoso na capital nos últimos 110 anos. Os estragos foram muitos nas cidades do interior do Estado, com dezenas de mortes, centenas e centenas de pessoas desabrigadas. 

Analisando especificamente a situação de Belo Horizonte, a gente percebe que a falta de infraestrutura para enfrentar as enchentes é um problema comum entre as cidades atingidas. A situação da capital no mês de janeiro foi caótica com o transbordamento de vários córregos, inundações de estações do metrô, enxurradas que encobriram avenidas e provocaram perdas materiais para muitas famílias. Situações que se repetiram em sua maioria nas cidades do interior. Como evitar a repetição das inundações e alagamentos nos próximos períodos de chuvas?

Segundo especialistas, as administrações municipais devem adotar o conceito de cidade-esponja. Na definição da Wilipédia, “cidade-esponja” é aquela que tem a capacidade de integrar a gestão da água urbana nas políticas e projetos de planejamento urbano. Ela tem o planejamento adequado e as estruturas legais e ferramentas para implementar, manter e adaptar os sistemas de infraestrutura para coletar, armazenar e tratar (excesso) da água da chuva. Uma “cidade-esponja” utiliza recursos que asseguram espaço e tempo para que a água seja absorvida pelo solo. Entre estes recursos, os especialistas citam: calçamento permeável, uma cobertura de solo porosa, que permite que a água penetre no solo, sem necessariamente ter encanamento. O teto verde é a vegetação na área superior dos imóveis em formato de jardim ou vaso. 

Outro recurso são os parques alagáveis, que ficam estrategicamente à beira de um rio ou numa depressão para armazenar a água. Possui passarelas que permitem o tráfego de pessoas mesmo nos períodos de cheia. A praça-piscina é uma área de lazer, às vezes em formato de quadra, que vira reservatório quando chove. Depois a água retida é distribuída no subsolo por encanamentos. Outra proposta interessante é a ampliação e proteção das áreas verdes. Como se percebe, o conceito de cidade-esponja remete a ações importantes e efetivas para a contenção de enchentes e deve ser implementado. Tenho certeza de que o momento é de buscar novas abordagens para o velho problema das inundações na cidade.

  

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