Fico me perguntando como essas doenças aparecem no mundo e mudam tanto os hábitos de toda a humanidade. Penso, penso, penso e chego a uma conclusão: “Os Mistérios de Deus”. Depois disso encontro outro pensamento, o que esse vírus invisível e silencioso quer deixar de lição para cada um de nós? E rapidamente consigo chegar à minha lição proclamada pela pequena Sofia, de 5 anos. Explicando melhor, estou em quarentena, pois fui diagnosticado com Covid-19. Digo a quem não teve o vírus: cuidado! Cuide de você e da sua família, a dor desse vírus é terrível. Est’’ou há mais de dez dias em casa, sem poder sair. Como eu, minha esposa e minha filha Sofia pegamos juntos o vírus, estamos nós três em isolamento familiar.
Pensa como foi difícil para um compulsivo com trabalho parar tudo, cancelar toda a agenda e simplesmente ficar em casa sem poder colocar os pés para fora do portão? Mas decidi uma coisa, viver um momento mágico com minha princesa Sofia. E assim aconteceu. Tive alguns dias de dores intensas, e quando estava melhor, fui fazer o que não fazia com minha filha, viver um tempo juntos em família. Assisti “Shrek”, “Quarto de Guerra” e outros filmes com minha princesinha. Aí de repente a sábia Sofia proclamou a lição que não esquecerei jamais: “Papai, você podia pegar Covid todo mês pra ficar comigo mais vezes”. Nesse momento as lágrimas foram incontroláveis. Não quero uma reinfecção para voltar a viver esse momento mágico do tempo em família.
A vida é muito curta, quando olhamos para trás percebemos que o tempo passou, seus filhos cresceram e não podemos voltar para corrigir o passado. No filme: “Tudo Bem no Natal que Vem”, Hassum consegue voltar ao passado para corrigir a falta de tempo com a família, mas na vida real isso é impossível. No “Quarto de Guerra”, a atriz principal perdeu o marido e não conseguiu colocar em prática o que ela aprendeu para mudar o seu casamento. É assim a vida, temos que viver os dias como se fossem mágicos. Não percamos tempo com coisas pequenas. Vamos voltar para a essência da vida: oração e vida em família. A qualquer instante podemos partir. Na semana passada, um amigo comunicou o falecimento do pai, Irani Barbosa, 70 anos, causa da morte: Covid-19.
Não sabemos a hora da nossa partida. Uma vereadora eleita em Mateus Leme lutou anos para se tornar vereadora e não foi diplomada, pois faleceu no hospital por causa da Covid-19. E não adianta se esconder, um amigo me disse que sua mãe está há nove meses sem receber visita e foi diagnosticada com Covid-19, provavelmente contaminada pelas entregas de supermercado.
Vamos prevenir sim, cuidar de nós e dos outros. Mas vamos aprender a lição, viver o melhor de nós, fazendo o bem e amando o mundo. Pois quando chegar a nossa hora, fizemos o que a gente conseguiu para deixar a nossa marca nessa passagem tão efêmera da vida na terra.