Mobilidade urbana deve ser repensada

07/06/2018 às 21:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:29

Na semana passada, realizei duas audiências públicas que foram muito solicitadas por moradores de duas regiões. Uma foi para debater os impactos no trânsito e os congestionamentos no bairro Castelo, região da Pampulha, após alterações realizadas pela BHtrans. A outra foi para discutir a retirada da linha de ônibus 5101, que faz o bairro Suzana/Cruzeiro. Segundo a comunidade, a exclusão da linha provocará transtorno, pois a região será atendida por outra que já circula no bairro vizinho e que não comportará a demanda. As audiências foram realizadas em conjunto com o vereador Carlos Henrique, membro da Comissão de Transporte e Sistema Viário. O que se pode observar é que são duas regiões de Belo Horizonte, mas que registram uma só questão: problemas de mobilidade urbana, um dos principais impasses enfrentados pela população. Em Belo Horizonte, o trânsito está caótico e muitas vezes as pessoas perdem muitas horas por causa dos congestionamentos e a Bhtrans tem feito algumas modificações que atrapalham a circulação em diversos locais. Um problema que tem que ser realmente muito discutido e repensado. Segundo estudos do Observatório Urbano das Metrópoles, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, Belo Horizonte é a terceira pior cidade do país em mobilidade urbana. Isto porque o deslocamento de casa para o trabalho continua sendo um martírio para quem mora em Belo Horizonte. Gasta-se, na maioria das vezes, mais de uma hora na ida e volta do trabalho para casa. Segundo outra pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional e Arquitetura e Engenharia junto aos moradores da capital para saber qual o maior problema de infraestrutura da cidade, 83% dos entrevistados apontaram a mobilidade urbana como a questão que causa maior impacto na vida da população em Belo Horizonte. A partir destas constatações, é muito importante debater a questão da mobilidade urbana em Belo Horizonte com a comunidade, sendo que as audiências públicas são importantes neste aspecto. Além disso, também devemos pensar o problema com um olhar mais amplo e a longo prazo. Entre algumas sugestões: rodízio de carros, uso de bicicletas em ciclovias seguras, campanhas para incentivar as pessoas oferecerem carona para colegas de trabalho. Mas sobretudo é preciso a Prefeitura pensar em políticas públicas de mobilidade que passam obrigatoriamente pela qualidade do transporte coletivo. Ônibus, trens e metrôs precisam atender a população de forma segura e satisfatória.

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