Período chuvoso revela problemas antigos

15/01/2021 às 17:34.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:56

Janeiro é um período em que as chuvas costumam se intensificar. Como belo-horizontino nascido no bairro Santa Terezinha, cresci vendo os moradores da minha região sofrerem com os problemas causados pelas chuvas. Antes de entrar para a política criei o movimento “BH Sem Enchentes”, e foram anos de mobilização até conseguirmos a obra da avenida Heráclito Mourão de Miranda que resolveu o problema de alagamentos naquele local. A região ainda sofre com essa situação porque na avenida Professor Clóvis Salgado há transbordamento e a prefeitura nunca apresentou projetos. 

O ano mal começou, já estamos vendo as consequências das chuvas em diferentes pontos de Belo Horizonte e de Minas Gerais. A Defesa Civil da capital proibiu o trânsito de veículos várias vezes, este ano, na avenida Tereza Cristina, entre as regiões do Barreiro e Oeste, por causa do risco de transbordamento do Ribeirão Arrudas.

Além do medo e angústia, esses temporais trazem prejuízos. Um exemplo, o posto de gasolina no bairro Concórdia, atingido por um raio. Na região Centro-Sul de BH, carros foram arrastados pela água e houve transbordamento nos bairros Belvedere, Santa Lúcia e São Bento. Na região metropolitana mais estragos: moradores ilhados em Ribeirão das Neves e um desabamento em Santa Luzia. Em Barbacena, no Campo das Vertentes, uma mulher foi arrastada por enxurrada e resgatada pelo Corpo de Bombeiros.

Essas situações são tristes e desesperadoras, mas ainda nem se comparam ao pior: as mortes. Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, de outubro de 2020 até o dia 15 de janeiro, foram nove vidas perdidas devido às chuvas. A época de férias, quando muitos mineiros querem aproveitar as cachoeiras, pode ser perigosa. No período chuvoso pode ocorrer aumento repentino do nível de um rio ou cachoeira e surpreender banhistas. Em Capitólio, houve mortes após uma cabeça d’água atingir uma cachoeira da região. 

A Defesa Civil recomenda que pessoas que morem em locais de risco busquem se realocar em áreas seguras. Porém, é aí que um problema encontra o outro. Ainda estamos lutando contra a pandemia do novo coronavírus. As chuvas fortes tendem a deixar famílias desabrigadas e com pouca possibilidade para cumprir com a higiene necessária contra o vírus. Além da possibilidade da aglomeração em abrigos e maior propagação do vírus.

Como deputado exerço o meu dever de fiscalizar o governo e cobrar o amparo do Estado aos mais de onze mil cidadãos mineiros, até agora, afetados pelas chuvas. Os projetos contra enchentes precisam sair do papel, porque Minas não pode sofrer tanto em toda temporada de chuvas.

  

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