Carta aberta de apoio aos meus colegas

11/11/2021 às 16:17.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:14

Na semana passada trouxe por aqui a boa nova de que a Prefeitura de Belo Horizonte não irá mais exigir o distanciamento mínimo nos bares e restaurantes da cidade, o que contribui para melhorar as vendas do setor depois que este amargou sérios prejuízos e perdas por mais de um ano e meio.

Hoje quero dar voz a outro segmento que se relaciona intimamente com o de alimentação fora do lar, mas que foi bem mais penalizado com as restrições impostas pela Covid-19: o de eventos. Responsável por 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, o setor teve mais de 100 mil empregos diretos e indiretos extintos apenas em Minas, desde o início da pandemia. Isso sem falar dos milhões de reais perdidos em inúmeros negócios da área.

Mesmo com a recente liberação total do público em BH nas apresentações teatrais, congressos, shows e estádios de futebol, além da permissão para que este fique em pé e da volta da pista de dança sem distanciamento, representantes das empresas de eventos temem não conseguir fazer grandes festas ainda este ano. Isso porque qualquer produtor precisa de, no mínimo, seis a oito semanas para organizar algo até mesmo de pequeno porte, ou seja, contratar artista, promover e vender ingressos. 

É óbvio que a decisão da prefeitura de flexibilizar as festas na capital mineira é benéfica, inclusive para nós, dos bares e restaurantes, já que ao ir a um teatro, por exemplo, o público certamente sai para jantar em seguida. Porém, as especificidades na organização de qualquer evento, volto a dizer, não podem ser ignoradas. Diferentemente de um bar, que você abre hoje e o cliente já está ali na porta esperando, para fazer um congresso, show, turnê de peça teatral, é necessário meses de planejamento. O Carnaval é a prova disso: realizado em fevereiro, sua preparação já começa em agosto/setembro do ano anterior. Diante do exposto, não restam dúvidas de que, se a retomada da economia para os estabelecimentos de alimentação fora do lar será lenta, como já disse por aqui, na área de eventos, será ainda mais morosa.

O próprio diretor da Associação Brasileira dos Promotores de Evento de Minas Gerais (Abrape-MG), Leonardo Ziller, acredita que, apesar dos longos meses de fechamento serem recompensados com muitas festas em 2022, a expectativa de um boom é razoável, já que fica difícil fazer projeções sobre uma situação que nunca vivemos.

Apesar de todos os percalços, o meu desejo é que novas restrições nunca mais aconteçam para que o próximo ano seja, de fato, promissor para quem vive de entreter e alegrar os outros. O setor de eventos engloba uma cadeia volumosa de profissionais, da qual nem faço ideia de toda sua amplitude. Não é justo que todo esse pessoal passe por mais um ano com tanto sofrimento.

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