Covid 19: o nosso novo 11 de setembro

10/09/2020 às 19:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:30

Há exatos 19 anos, bem no acender das luzes deste século XXI, o mundo parou diante do maior ataque terrorista da nossa história recente. Na manhã de 11 de setembro de 2001 quase três mil pessoas morreram após dois aviões comerciais sequestrados pela Al Qaeda atingirem as torres do World Trade Center (WTC), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Uma terceira aeronave caiu sobre o Pentágono, na capital Washington, e uma quarta atingiu um campo aberto na Pensilvânia.

Resolvi trazer esse assunto para o artigo de hoje, basicamente, por dois motivos: o primeiro deles é que a data, por si só, é emblemática. Quem viveu o 11 de setembro de 2001, sabe, claramente, o que estava fazendo naquela fatídica manhã, (mais precisamente às 9h46 pelo horário de Brasília) quando todos os noticiários mostraram, ao vivo, a segunda aeronave colidindo no maior e mais faraônico símbolo do capitalismo mundial. 

Motivo número 2: este triste episódio mudou para sempre nossa visão de mundo em vários aspectos, além de evidenciar a fragilidade política e econômica de uma potência (os EUA).  Depois do 11 de setembro, a economia passou a experimentar um ‘novo normal’, as relações entre países foram modificadas e percebemos, inclusive, que não existe a possibilidade de um só país, por mais poderoso que seja, de assegurar uma ordem e uma paz mundial que não esteja calcada na cooperação internacional. 

Assim como o atentado ao World Trade Center reconfigurou o mundo, o mesmo acontece hoje, passados 19 anos, com a Covid-19. O vírus tem a mesma força destrutível daqueles aviões arremessados em estruturas ‘sólidas’, que muitos jamais cogitavam desmoronar: chegou de uma forma inesperada, derrubou certezas, colocou a economia global à prova e vem reordenando o mundo, reformulando negócios, desafiando a ciência e, sobretudo, desenhando novos modos/estilos de vida. 

Ainda é cedo para dizer qual o legado vamos colher deste período, que a própria história terá dificuldade para contar. Por ora não consigo sequer arriscar um humilde palpite. A única certeza que eu tenho hoje, 11 de setembro de 2020, é que daqui há 19 anos, ou seja, em 11 de setembro de 2039, estaremos olhando o momento atual em retrospecto e, espero, com inúmeros aprendizados colhidos e alguns outros ‘novos normais’ vivenciados. Essa é a dinâmica da vida e dela é impossível fugir.

Se esses outros novos normais virão por meio de uma nova pandemia ou um novo atentado, impossível também prever. Tudo por aqui é possível. Quem viver, certamente verá. 

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