E se?

19/06/2020 às 09:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:49

Todos nós, em alguns (ou vários) momentos da vida, devaneamos, supomos, nos perdemos em cogitações que, em certa medida, até podem trazer doses de equilíbrio em meio ao caos.

Hoje resolvi compartilhar aqui neste espaço alguns dos devaneios que me cercam nos últimos tempos. Como seria o ano de 2020 se não tivéssemos a COVID-19? Você já pensou sobre isso?

Se a COVID-19 não tivesse chegado este, seria, certamente, o ano da explosão de um crescimento econômico no Brasil que há muito tempo almejávamos. Prova disso é que antes da pandemia, as previsões apontavam um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruno (PIB) para 2020. Os mais otimistas, inclusive, tinham números maiores que este. Agora estamos mergulhados em uma recessão técnica, com dois trimestres seguidos de resultados negativos. Isso sem falar que a maioria das projeções são de queda. Algumas, por sinal, apostam que o indicador deve ser o pior dos últimos três anos.

E se a COVID-19 não tivesse chegado a Belo Horizonte? Obviamente estaríamos colhendo os louros do título de ‘Cidade Criativa da Gastronomia’, conquistado no apagar das luzes daquele longínquo 2019. Este, sem dúvida, seria um ano em que nos consolidaríamos como Capital Nacional dos Botecos.  Os projetos para que isso acontecesse estavam pululando e a nossa ansiedade para dar cara a este reconhecimento internacional era gigantesca.

E se, mesmo com a pandemia, tivéssemos enfrentando-a não sob uma perspectiva política vergonhosa, mas sobretudo como grave problema de saúde pública? Como seria?

Mesmo que o âmbito político fosse inevitável, o mínimo que esperávamos era que ele fosse aplicado com coerência: assistir, de forma realmente assertiva, tanto os empregadores quanto os trabalhadores. Essa postura, talvez, evitaria que chegássemos a marca de 30 mil desempregados apenas no setor de alimentação fora do lar em Belo Horizonte e Região Metropolitana.

E se o principal motivo do isolamento social [preparar o sistema de saúde para receber os doentes] fosse feito da forma correta?

 Como todos esses prováveis cenários não se cumpriram, a realidade com a qual nos deparamos hoje, passados quase seis meses de 2020, é a de um segmento de alimentação fora do lar [porta de entrada tanto para novos empreendedores quanto para profissionais em busca do primeiro emprego] praticamente dizimado em parcelas há 90 dias.  Muitos sem nenhuma expectativa/perspectiva de retorno após a fase mais aguda da pandemia.

Se a COVID-19 por aqui não tivesse chegado, posso dizer, com quase total certeza, que estaríamos contratando mais de um milhão de novos trabalhadores em todo o país, afinal o setor seria absorvido pelo crescimento econômico então previsto, e não o contrário.

Quantos ‘e se’ passaram pela sua cabeça nos últimos três meses? Na minha um turbilhão...

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