O outro lado (feliz) da moeda

09/09/2021 às 17:17.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:50

Desde que a pandemia começou, palavras como falência, crise, dívidas e lockdown passaram a marcar presença constante em muitos dos meus textos. Hoje, porém, quero ir na contramão das obviedades que venho escrevendo neste espaço há 18 meses e falar sobre coragem e renovação.

Se de um lado temos a triste estatística de 3500 bares e restaurantes que fecharam as portas em Belo Horizonte na era Covid-19, do outro há também histórias de empresários que abriram negócios no setor de alimentação fora do lar em plena crise sanitária. Sim: isso é possível.

Essas pessoas respiraram fundo, se encheram de ânimo e resolveram enfrentar a pandemia. Foram, de fato, corajosas, pois se tiveram condições de abrir um negócio agora, em um dos piores cenários, têm tudo para deslanchar com a melhora da economia.

É o caso da empresária Fernanda Nicolai, que inaugurou o restaurante Zaika Tandoor no final de abril, no bairro Serra. Quem comanda a cozinha é o indiano Daulat Singh. O chef é especialista em culinária continental, indiana e chinesa e tem mais de 12 anos de experiência.

Outro com quase três décadas de trabalho na noite belo-horizontina, que colocou o espírito empreendedor à mostra, foi Didio Mendes. Ao lado do também empresário Felipe Tiradentes, eles abriram o The URBN, no Vila da Serra. O bar tem clima descontraído e comidinhas orientais. O cardápio é assinado pelo chef Beto Haddad e a carta de drinques pelo mixologista Tiago Santos.

Leonardo Paixão, um dos maiores nomes da gastronomia mineira, também não cruzou os braços durante esse período difícil. Além de ter se reinventado com o ‘Cozinhando com Paixão’ – na qual os clientes pedem pratos por delivery e finalizam o menu em casa, em uma live junto com o cozinheiro – Leo inaugurou o ítalo-mineiro Ninita.

Já o chef Guilherme Melo, conhecido pelo renomado Hermengarda, também voltou para a cozinha. Em abril deu start no Nuúu, dentro do Novotel, na Savassi. Um detalhe curioso é que o restaurante não atende apenas os hóspedes, mas também os belo-horizontinos, ou seja, é uma porta de entrada para a gastronomia mineira.

Esses são só alguns entre os muitos exemplos de ‘operários’ da nossa gastronomia que persistiram, acreditaram e estão conseguindo manter seus sonhos.

Há também aqueles que encontraram no delivery uma nova possibilidade. Prova disso é que entre os associados da Abrasel-MG, temos empresários que antes da pandemia tinham restaurantes físicos e hoje migraram suas operações totalmente para o on-line e estão sendo bem sucedidos. Se pensam em voltar para o modelo antigo, ainda não é possível saber, afinal tudo que vivemos tem sido novo. Não existem estratégias certas, erradas ou equivocadas. O importante é tentar: Tentar continuar, mudar, recomeçar, reformular, mas nunca desistir. A vida é, sobretudo, ação.

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