Prefeito Kalil, a Abrasel aguarda seu parecer

28/05/2020 às 21:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:37

Invisibilidade: Esse não é só o meu como também o sentimento de todos que fazem parte da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) depois que o setor não entrou na primeira fase da reabertura do comércio, divulgada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte no último dia 22.

O Decreto 17.361, publicado pelo prefeito Alexandre Kalil, como já deve ser do conhecimento de toda a população, autorizou apenas a reabertura de salões de beleza, perfumarias, lojas de veículos e acessórios, lojas de móveis, shoppings populares, entre outros setores não essenciais. Todos, obviamente, com horários específicos de funcionamento, limite de clientes, exigência de máscaras e uma infinidade de critérios sanitários necessários para conter o avanço do coronavírus na capital mineira.

O descontentamento de toda a cadeia produtiva de bares e restaurantes de BH cresce principalmente porque a prefeitura sequer nos deu uma previsão de quando pode ser sondada a retomada do segmento. A situação é ainda mais espantosa quando levamos em consideração o fato de termos participado de todas as reuniões com a administração municipal para discutirmos os protocolos da reabertura e estarmos totalmente dispostos a cumprir com rigor as normas necessárias para voltarmos a operar.

Que fique bem claro: meus colegas e eu não somos e nunca fomos contra o fechamento das casas e tampouco queremos reabrir a qualquer preço. A priorização de vidas, neste cenário caótico de pandemia, deve estar [sim] em primeiro lugar. O que nos aflige, volto a dizer, é o fato da PBH não definir uma data para o setor. Mesmo que esta seja condicionada a ocupação dos leitos públicos do município, entendemos perfeitamente que tudo pode mudar a qualquer momento, caso o sistema de saúde entre em colapso. Compreenderemos se previsões não se concretizarem.

Só não é possível permanecer na incerteza. Incerteza essa que pode fazer com que o número de demissões no setor, [que já soma 25 mil desde março, quando o primeiro decreto de fechamento do comércio foi anunciado em BH], chegue a 60 mil nos próximos meses. Isso sem falar das casas que não têm saúde financeira para suportar um período sem operação que já se aproxima dos 70 dias. Muitas, infelizmente, já sucumbiram.

 O mínimo que nós precisamos é ter um norte, afinal os bares e restaurantes são extremamente emblemáticos não só para a identidade cultural da cidade como também para a economia local e geração de renda. O silêncio constrangedor nos impede de fazer qualquer tipo de programação e planejamento.

Prefeito Kalil, com todo o respeito, aguardamos seu parecer.

  

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