Só até às 23h, por quê?

27/08/2021 às 09:41.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:46

Como todos vocês sabem, desde o início da pandemia, em 20 de março de 2020, o segmento de bares e restaurantes em Belo Horizonte foi duramente castigado. Enfrentamos e ainda estamos enfrentando vários protocolos sanitários para operarmos com a segurança recomendada e necessária. Tudo isso somado a longos períodos de casas fechadas, com atendimento exclusivamente por delivery. Com o abrandamento da transmissão do Sars-Cov2, conquistamos a possibilidade de funcionamento parcial. A partir do instante em que houve o retorno das atividades tivemos também momentos de breve respiro, assim como chegamos a voltar à estaca zero, com lei-seca e restrições severas, inclusive do take-away.

Todas essas medidas, segundo a prefeitura, foram necessárias para que chegássemos aos índices que, felizmente, temos hoje. Segundo o boletim epidemiológico divulgado na última quarta-feira (25), ao qual tive acesso quando escrevia este texto, o número médio de transmissão por infectado (RT) em Belo Horizonte estava em 0,87, o que significa que 100 pessoas contaminadas pela Covid-19 transmitiam o vírus para outras 87, portanto uma desaceleração da pandemia na capital. A ocupação dos leitos de UTI estava em 50,8%. Nos momentos mais críticos da doença, ela ultrapassou os 100% em nossa cidade. Já a ocupação dos leitos de enfermaria encontrava-se em 34,7%.

Vale destacar ainda que esse cenário só é devido também ao avanço da vacinação. Quase 70% dos belo-horizontinos já receberam ao menos uma dose dos imunizantes disponíveis e à medida em que eles chegam à mais faixas etárias da população, vamos deixando para trás este fantasma do coronavírus, que nos assombra há quase 18 meses.

Graças a esses números, depois de um longo tempo de espera, o setor de eventos começa a voltar e se aquecer, mesmo que de forma modesta; o comércio, por sua vez, foi autorizado a funcionar sem restrição de horários desde o último dia 21; e alunos de todos os anos escolares puderam retornar às aulas presenciais na rede estadual de ensino, em Belo Horizonte, na última segunda-feira (23).

A pergunta que não quer calar é somente essa: por que apenas bares e restaurantes ainda têm que funcionar até às 23h? Por quê? Diante de tudo que a ciência já se sabe sobre o vírus, realmente a contaminação é mais perigosa após às 23h?

Se nem São Paulo, maior cidade da América Latina e a quarta maior do mundo, que inclusive foi o epicentro da pandemia no Brasil, conta mais com tal restrição, por que uma norma equivocada ainda paira por aqui? Gostaria de uma explicação lógica, sensata e coerente. O faturamento está baixo e ainda não nos recuperamos do período em que ficamos fechados. Prefeitura, precisamos trabalhar!

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