A competição e a colaboração

16/09/2021 às 11:45.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:53

Existem duas formas de se relacionar: competindo ou colaborando. 

Estabelecemos uma relação de competição quando:

1- Nos colocamos acima do outro, estabelecendo um protagonismo. Quem age assim sempre puxa os holofotes para si, ora contando uma história melhor do que a que está escutando, ora mostrando que suas escolhas, viagens, carros, compras tem mais adjetivos do que a do outro e até mesmo que sua dor de cabeça doi mais do a de qualquer pessoa. É preciso ganhar, não importa o quê. 

2- Outra forma de competir dentro das relações é quando um acredita que vai evoluir o outro. Inicia ali uma competição mostrando que um jeito é melhor que o outro. A relação perde a harmonia e o conflito é interminável. É importante ressaltar que querer o melhor para o outro é nobre, desde que o outro queira também. 

3- Ser “do contra” também é uma maneira de estabelecer vínculos competitivos. Um quer de um jeito, enquanto o outro, só para não colaborar, quer de outro. Quando este muda de opinião, aquele que queria já não quer mais. Um desencontro de interesses onde a amorosidade dá lugar à rivalidade. 

4- A “vingança mental” também traz o viés da competição. Aquele que se sente prejudicado começa a torcer contra para ficar com a razão ou se sentir ressarcido. 

5- Espertismo significa competir. Aquele que estabelece suas relações acreditando que ninguém o passa para trás está sempre querendo estar um passo à frente do outro. O pensamento é: antes de me largarem, eu largo. Antes de me traírem, eu traio. Antes de ser enganado, eu engano. Um comportamento que nada tem de esperteza e sim de fraqueza e medo. 

6- Autoritarismo talvez seja a forma mais clássica de competição, onde um dá a palavra e cabe ao outro obedecê-la. Mas, na maioria das vezes é uma autoridade velada, travestida de amor, e cuidado: “só estou fazendo isso para o seu bem”. 

7- Mudança de regras quando o prejudicado sou eu. Há um conceito herdado do esporte que usa a expressão: Fair Play (traduzido literalmente do inglês para o português: jogo justo). O conceito está vinculado à ética, em que os participantes devem manter a forma justa de jogar não cometendo nenhum ato proposital que venha a prejudicar os demais. Quem se relaciona sem o conceito de “fair play” além de estar competindo, ainda usa a forma suja. 

O lado oposto da relação por competição é a relação por colaboração. Nela, os parceiros são antes de tudo amigos, o clima que impera é: um ganhando os dois ganham. Não há podium, as relações são horizontais e não verticais. Não há um cabo de guerra medindo forças e sim somando. 
Mas nem sempre é fácil encontrar parceiros colaboradores. Boa parte das pessoas querem mesmo é competir. Fazem isso não por maldade, mas por mecanismo de autoafirmação.

No campo das emoções, competição significa insegurança, enquanto colaboração é para poucos e fortes. 

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