A importância do acolhimento familiar

25/12/2019 às 16:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:05

Fim de ano nos convida a estar mais próximos da família, contudo nem todos têm em casa um ambiente de harmonia. Infelizmente, vínculos biológicos não garantem laços de amor. Muitas vezes, temos pai, mãe ou irmãos biológicos, mas não necessariamente emocionais. O vínculo original nos garante certa proteção, mas não afeto e amizade. Podemos ter pais responsáveis e zelosos, mas inábeis no acolhimento. Isso faz com que nos sintamos sozinhos. A solidão em família é um sentimento percebido em algumas queixas: 

– Pais excessivamente críticos ou que fazem discursos moralistas que muitas vezes não praticam
– Ausência de carinho físico e de reconhecimento
– Irmãos competitivos, maliciosos, que usam de informações privilegiadas para colocar o outro em condição desfavorável e levar vantagem
– Pais que não conseguem administrar suas angústias e acabam as transferindo para os filhos fazendo com que se sintam responsáveis por carregar um fardo que não é deles. Os filhos sentem-se desamparados, com a estranha sensação de serem pais dos seus pais 
– Atitudes egoístas que impedem o olhar para o outro 

Há um tempo, recebi um e-mail que retrata bem essa situação. Além de uma história comovente, vale a pena a reflexão. “Perdi minha filha aos 3 anos. Havia acabado de me separar e estava morando sozinha. Na época, minha filha mais velha estava com 5 anos. Tenho três irmãos, dois casados e um solteiro que morava com meu pai e minha mãe. Após o falecimento da minha filha, mesmo com muita dor, segui minha rotina de trabalho, mas sem forças para fazer quase nada em casa. Me lembro que muitos amigos ligavam para me consolar, mas nada adiantava muito. Minha mãe sempre ligava chorando e eu acabava tendo que consolá-la. Meus irmãos iam me ver aos finais de semana, mas parecia por obrigação, pois ficavam meia hora e iam embora. Eu sabia que eles estavam sofrendo, mas em momento algum me sentia amparada por eles. Me lembro que uma vizinha, mesmo recém-operada, ia até minha casa quando eu saía para trabalhar e arrumava tudo. Colocava flores na jarra, abria a cortina, guardava sapatos e roupas espalhadas no chão e lavava as louças. Sentia-me mais amada por ela do que por minha família. Isso já faz dez anos. Nunca me esqueci do que a vizinha fez por mim. Esperava ter recebido mais da minha família”.

Estamos acolhendo bem nossos familiares? Vale a pena a reflexão!

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por