Faça uma pergunta - 6

25/11/2020 às 19:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:08

Tenho tirado a ultima semana do mês para responder as perguntas que os leitores enviam. Esta é a sexta versão desse modelo. Procuro, na verdade, fazer uma breve reflexão sobre assuntos profundos. 

1- Tudo hoje em dia é estresse, depressão ou burnout, o que você acha disso?
Diagnóstico dessa natureza é coisa séria, contudo, foi negligenciado por anos. O resultado é essa sociedade adoecida. Não creio que tudo se resolve com remédio, mas ficar sem se tratar está longe de ser a solução. Precisamos cuidar menos da doença e mais da saúde mental. 

2- Como fico mais paciente com as pessoas?
Essa é uma questão interessante. Muitos querem mudar, mas poucos se esforçam para isso. Ao invés de se conterem, inflamam ainda mais a impaciência. Como melhorar naquilo que se exercita todos os dias? Se eu perguntar: o que você está fazendo para melhorar sua paciência? Geralmente a resposta honesta é: nada! Vontade sem ação não evolui. 

3- Você acha bom o relacionamento aberto?
Sobre a forma de se relacionar, o bom é o que foi combinado entre as partes, independente do modelo. Contudo, tenho a dizer que se relacionar de forma aberta é uma boa alternativa para quem quer diversificar o par afetivo. Propor a forma aberta é bem mais honesto que enganar ou mentir ou levar vida dupla na clandestinidade. 

4- Sou eu sempre a pessoa que age amorosamente e busca fazer as pazes. Estou errado?
Por vezes temos o hábito de cultivar ressentimentos. Aprendemos que ser “durão” é ser forte. Penso exatamente o contrário. Quem procura primeiro, quem perdoa, quem releva, tem menos entraves emocionais. Quem cultiva o pensamento: “é ele quem tem que me procurar primeiro, pois foi ele quem errou”, estimula o orgulho e a soberba, sentimentos opostos à serenidade.

5- Como se livrar de pensamentos negativos?
Não dando tanta importância para eles. Conhece a história do lobo que alimentamos? Certa vez um senhor contou ao neto sobre o combate entre dois lobos que vivem dentro de nós. Um sente raiva, ciúme, tristeza, arrogância, orgulho, etc. Já o outro, sente alegria, serenidade, humildade, empatia, generosidade. E o neto perguntou: e qual dos dois vence a luta?
Então o avó respondeu: aquele que você alimentar mais. 
Sabemos que tudo na prática é mais difícil que na teoria, mas o treino de ser uma pessoa melhor, com bons pensamentos, é diário e contínuo. E, muitas vezes, alimentamos o “lobo ruim” por acreditar que estamos sendo bobos. Ledo engano. Alimentar coisa boa jamais será uma bobagem. 

6- Minha irmã reclama de tudo. Nada para ela está bom. Ela se diz grata mas reclama o tempo todo. Tem como colocar gratidão no coração de alguém?
Infelizmente há muitas pessoas assim; são mais insatisfeitas que satisfeitas. Olham sempre o lado ruim: o lugar é bonito, mas o sol está quente. A festa é boa, mas a música está ruim. O carro é bom, mas faz muito barulho. O presente é bonito, mas não é meu estilo. Pessoas que se acham credoras da vida desenvolvem um olhar para aquilo que falta. Viver com alguém assim é frustrante, mas ser assim, é terrível. 

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