Natal em meio à pandemia

24/12/2020 às 07:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:23

Natal é uma data onde a maioria se une à família. Este ano, em especial, muitos de nós passamos boa parte longe dos entes queridos ou sem poder abraçá-los afetuosamente. O medo sobrepujou o afeto.

Muito há o que se refletir neste Natal; sobretudo o que diz respeito à família. Para alguns é a base que norteia a vida; para outros, é sinônimo de conflito e discórdias.

Este ano, em especial, conseguimos balizar melhor o que a família significa. Muitos precisaram se unir na dor, na ajuda mútua, na colaboração. Outros se fecharam no seu mundo, não se importando com o entorno.

Nessa época natalina, dar presente é uma tradição, mas o apelo mercadológico tornou essa prática algo quase obrigatório. As crianças criam tanta expectativa que há pais que se sacrificam financeiramente mais do que podem para presentear os filhos, outros aproveitam a oportunidade para dar presentes no lugar de afeto e outros nem se dão a este trabalho, preferem presentear com dinheiro.

Nesta época também costumam aparecer atos de bondade e solidariedade pontuais, exibidos em redes sociais. Parece cumprir mais a necessidade de quem faz do que a de quem recebe. Há também uma enxurrada de felicitações com mensagens virtuais pré-fabricadas que cumprem mais a obrigação do que os votos.

Penso que, este ano, quem se voltou para dentro de si tenderá a comemorar e comungar do espírito natalino de fato. Grato por conseguir fechar um ano tão atípico vivo, com condições financeiras e emocionais.

É bom aproveitar toda essa reviravolta que 2020 fez em nós para sairmos do nosso mundo individual e irmos para a comunhão. Este é o momento propício para, por exemplo,buscar rea tar uma antiga amizade, perdoar uma mágoa passada, demonstrar afetividade embotada, reconhecer um erro, pedir desculpas, perdoar e amolecer corações duros. Todas essas atitudes muito nobres que precisam de coragem e amor, e nem sempre as pessoas estão dispostas a praticá-las. Daí o momento ideal de sensibilidade para tais iniciativas.

Este seria, sem dúvidas, o melhor presente de Natal para si próprio. Pois, apesar de estarmos fazendo o outro feliz, estaremos evoluindo emocionalmente, nos tornando pessoas mais serenas, despidas de orgulho e maduras emocionalmente, capazes de colocar em prática tudo aquilo que desejamos
ao próximo, afinal de contas enviar mensagens de paz e evolução é fácil, difícil é conseguir apaziguar-se e evoluir da mesma forma com que conseguimos criticar ou perceber a involução alheia.

Que o Natal de 2020 traga o que nenhum outro trouxe: aprendizado, sabedoria e humildade.

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