O termo Narcisista tem origem na Mitologia Grega, em que Narciso era famoso por sua beleza e seu orgulho. Sentia-se tão perfeito que nunca encontrou ninguém merecedor de sua perfeição. Ficou imóvel na contemplação apaixonada e ininterrupta de sua própria face refletida na água, e assim morreu.
No local da morte dele apareceu uma flor que recebeu seu nome, espécime também dotada de uma beleza única, porém narcótica e estéril.
Conviver com alguém narcisista é viver tendo que ceder tudo para o outro e ainda não ser reconhecido. Quando isso ocorre em família na figura da mãe, fica tudo mais sofrido.
Tendemos a acreditar que todas as mães são perfeitas e sentem amor incondicional pelos filhos, mas não podemos esquecer que um traço de personalidade não desaparece em função da maternidade. Por isso existem, sim, as mães narcisistas.
Um indivíduo possui esse traço e torna-se mãe, e o transtorno não desaparece. Mesmo com a tendência a acreditar que todas as mães são perfeitas e sentem amor incondicional pelos filhos, elas têm características individuais pré-existentes à maternidade.
Alguns comportamentos que podem sinalizar uma mãe com esse transtorno:
1 - Amor condicional: se você faz o que ela quer, ela te ama, caso contrário, ela te pune com desprezo ou culpa. O amor não é gratuito, o filho precisa sempre conquistá-lo
2 - Competitividade: há uma atmosfera de competição, como se o filho fosse um adversário
3 - Desqualificação: uma característica comum à mãe narcisista é desmerecer, ou seja, tirar o mérito do filho e atribuí-lo a outra pessoa ou si mesmo
4 -Comparação: comparar o filho com o primo, com o filho do vizinho, ou com o irmão mais velho e sempre evidenciar os defeitos
5 - Predileção: dar privilégios a um único filho e se beneficiar com a discórdia
6 - Necessidade de protagonismo:- por exemplo: o aniversário é do filho, mas quem rouba a cena é a mãe. Esse “roubar a cena” não significa necessariamente querer chamar mais atenção. Muitas vezes, esse roubo é da alegria através de criticas maldosas, estresse desnecessário, má vontade em ajudar. Um protagonismo às avessas
7 - Mentiras: mentem para tirar vantagem, amedrontar ou sensibilizar
8 - Vitimismo: se vitimizar é uma arma poderosa que fragiliza o emocional do filho e o faz sentir culpado por não ajudar a própria mãe
9 - Egoísmo: o egoísta tem a capacidade de imputar no outro uma dívida em que o credor fica sempre merecendo privilégios, tem prioridades, enquanto o devedor se dispõe para o outro. Um buraco sem fundo onde o pagamento não chega ao fim
10 - Abandono emocional: um ponto marcante é a sensação de abandono que o filho de mãe narcisista sente. É uma espécie de descaso em que a necessidade emocional do filho não é acolhida e sua dor é invalidada. A incapacidade afetiva faz com que ela demande atenção, invertendo os papéis: o filho passa a ser mãe da mãe. Conclusão, além de não ter, ele tem que ter para dar. Eis o abandono!