Os sinais do suicídio

10/09/2020 às 09:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:30

Falar sobre suicídio é a melhor forma de preveni-lo. “Setembro Amarelo” é uma importante campanha de prevenção ao suicídio no Brasil e no mundo e vem abordado o assunto desde 2014. 

Há um senso comum que diz: “quem quer se matar, se mata, não ameaça. Está querendo chamar a atenção”. Mas isso não é verdade. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.

Os dados são assustadores: no mundo, são cerca de 800 mil pessoas por ano, uma média de 1 morte a cada 40 segundos; 2.160 pessoas por dia. Ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo estão entre os métodos mais comuns de suicídio em nível global.

O autor Andrew Salomon, em sua obra o “Demônio do Meio Dia”, fez uma ampla investigação sobre o assunto e dividiu os suicidas em quatro grupos: 

- Impulsivos: são os que cometem suicídio sem pensar no que estão fazendo. São imediatistas e os mais propensos a serem levados ao suicídio por um evento externo específico; O ato tendem a ser repentino, fruto da sua impulsividade. 

- Ressentidos: são os que cometem suicídio como uma espécie de vingança. Uma espécie de controle. O pensamento é: “se eu não tenho, ninguém vai ter” - matam e se matam. Ou: “vou morrer e você viverá com remorso”. Se matam para que o outro sinta a culpa. 

- Desesperançosos: para este grupo a morte parece ser a única solução, pois acreditam que a dor nunca vai passar. Estes são os que planejam seus suicídios, escrevem cartas e se organizam como se fossem sair para uma viagem. Geralmente acreditam não somente que a morte vai melhorar sua condição, como também que ela pode tirar um fardo das pessoas que os amam (a realidade geralmente é o contrário disso). 

- Pragmáticos: este grupo comete suicídio usando a lógica racional. Devido a uma doença física, instabilidade mental, condição financeira desfavorável ou outras mudança nas circunstâncias de vida. Chegam a conclusão que o prazer que elas podem vir a sentir não é suficiente para compensar a dor de viver. 

Por mais que seja difícil entender o que se passa no canto obscuro da mente humana, precisamos ficar atentos a algumas condutas, tais como: 

- Tentativa anterior

- Idéias de suicídio faladas abertamente

- Isolamento social não habitual

- Abuso de álcool

- Quadro depressivo com pessimismo acentuado

- Sentir que é um fardo para a família

- Atenção para frases como: “não vou atrapalhar vocês por muito tempo”; “não queria ter nascido”; “queria tanto morrer”; “vejo a morte como alívio”; “não aguento mais sofrer”.

- Melhoras súbitas. Familiares de pessoas que se mataram relatam uma aparente melhora nos últimos dias - nesse caso, a melhora indica que o fato dele ter tomado a decisão de morrer traz uma sensação de alívio. 

Se desenvolvermos um olhar mais acolhedor e menos crítico, conseguiremos não só salvar vidas, como também sair do estreito do nosso egoísmo para ajudar o próximo. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por