Cabeça de sardinha x rabo de baleia

10/08/2018 às 20:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:52

Olhar uma relação de preços de veículos zero-quilômetro no Brasil atualmente é identificar uma série de distorções e gastar todo o repertório de expressões de surpresa ao constatar como certos modelos (e mais ainda certas versões) têm preços absurdos. É até difícil acreditar que há subcompactos ou compactos que, nas configurações mais equipadas, superam os R$ 65/70 mil. E que não é necessário ir muito longe nas gamas de produtos para passar a falar em três dígitos.

Reflexo sim dos impostos obscenos, de margens de lucro superiores às registradas em outros mercados mas, é bom destacar, da tecnologia que vem sendo emplilhada sobre quatro rodas, que é muito bonita e cômoda (e tanto mais segura – felizmente airbags e ABS hoje são itens de série), mas tem seu preço. E cada nova geração de um modelo é maior, mais completa e, na grande maioria dos casos, mais cara.

Já comentei aqui mesmo que a compra de um carro tem muito de racional mas, também, envolve aspectos emocionais, paixão, prazer de investir o suado dinheiro em algo interessante. Muita gente sabe que um zerinho com seu cheiro característico não é barato, e aceita pagar assim mesmo. Por aspectos como fidelidade à marca, ignoram opções mais em conta.

Mas há uma grande parte dos consumidores que não chega a tamanho grau de apego. Não quer, não precisa ou não pode gastar tanto, ou acorda para uma realidade cada vez mais cristalina. Qual? A exemplificada na matéria aqui ao lado.

O Citroën C3 é um bom exemplo de modelo que pode até não vingar tanto como zero, mas, até por conta dessa desvalorização, se torna acessível e interessante a quem quer gastar menos. E há vários outros exemplos de modelos que, ou não são acessíveis à maioria dos bolsos quando novos, ou não emplacam (literalmente) e, com o passar de alguns anos, se tornam competitivos e opções válidas.

Lógico que há uma série de condicionantes como o estado de conservação, as manutenções feitas, o histórico, a quilometragem percorrida, mas um usado ou seminovo numa condição interessante pode agregar elementos que um zero básico, na mesma faixa de preço, não traz, a começar pelo maior espaço, por um motor mais forte, quem sabe o câmbio automático (para quem prefere). Sem contar que há marcas e modelos que dificilmente serão sinônimo de dor de cabeça, mesmo quando falamos de segunda (ou terceira) mão.

E se existe a justificada preocupação com o custo e a disponibilidade das peças, não faltam ferramentas na internet que ajudam a descobrir se é mesmo verdade ou tem um quê de “fake news” – e muitas vezes, é mito.

Se o amigo leitor está no processo de escolha, ao menos considerando uma compra, é o caso de se perguntar, no caso específico, o que é melhor, ser cabeça de sardinha (usado/seminovo) ou rabo de baleia (novo)? Não há resposta pronta, isso eu garanto...

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