Estamos melhor na fita, mas...

23/06/2017 às 18:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:13

Desde 1999, um juri composto por jornalistas especializados de todo o mundo elege os melhores motores do ano na indústria automobilística, considerando as diversas faixas de cilindrada cúbica. Quando a premiação teve início, encontrar propulsores vencedores equipando modelos à venda no mercado brasileiro era não só raro, como limitado a modelos topo de gama de marcas premium, coisa restrita a quem podia se dar ao luxo.

Eis que muita água passou por baixo da ponte, as exigências ambientais cada vez mais rígidas forçaram as montadoras a aposentar suas unidades mais antigas e, por outro lado, os projetos globais, focados na maior eficiência com menos emissões e menor consumo vêm trazendo, para modelos menores, motores mais modernos, alguns deles com apenas três cilindros e, na maioria dos casos, apostando na ajuda das turbinas para obter rendimento ainda melhor. A ponto de fazer mudar completamente a imagem de um 1.0 (ou até menor), 1.2 ou 1.4 é fraco, insuficiente para os desafios do nosso trânsito.

Pois os vencedores de 2017 foram revelados e, como já havia sido o caso no ano passado, é motivo de satisfação ver que, entre eles, há vários que podem ser encontrados rodando por nossas ruas. Exemplos? O 1.0 EcoBoost turbo que passou a ser oferecido no Fiesta levou o prêmio na categoria até 1 litro, batendo o três cilindros TSI presente no VW up!. De 1.000cc a 1.400cc, melhor para a versão turbo do três cilindros 1.2 Puretech da PSA (Peugeot/Citroën). Do mesmo grupo vem o quatro cilindros 1.6 THP que equipa o 208 GT e o recém-chegado 3008 e está entre os finalistas em sua categoria.

Até aí estamos na parte boa da história. Neste aspecto, o fosso que nos separa do Primeiro Mundo caiu bastante. Mas os próprios fabricantes, por meio de sua associação, a Anfavea, reconhece que muito ainda há a ser feito para que o Brasil se iguale, em procedimentos, tecnologia e qualidade, às principais potências econômicas do planeta. Tanto assim que discute, com o Governo Federal, uma agenda automotiva de longo prazo capaz de substituir o extinto programa Inovar-Auto, com o ano de 2030 como nova meta. Um conjunto de medidas que englobem mobilidade, evolução tecnológica e da qualidade, segurança e eficiência industrial. Não só para oferecer um melhor produto ao consumidor brasileiro, mas pensando, também, em reforçar o potencial exportador. E que bem poderia levar à discussão de maneiras de oferecer preços mais competitivos. Sem excrescências como a insistência nos freios traseiros a tambor em modelos que passam da casa dos R$ 50 mil...

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