Já comentei neste espaço que a decisão de escolha de um veículo envolve uma série de fatores, alguns totalmente racionais e outros completamente subjetivos. Quanto maior o leque de opções de escolha, teoricamente maior o espaço para dúvidas e questionamentos, o que deve existir, e muito, para evitar arrependimento mais tarde. Sim, o visual, o tamanho a cor são atributos que pesam muito – e chega a ser divertido ver o público feminino se referir a um modelo específico como “fofinho”, ainda que estejamos falando, por exemplo, de um SUV médio, não necessariamente de um urbano sub-compacto.
E nesse processo vale até mesmo a ajuda de familiares e amigos; que sempre têm uma experiência de atendimento e relacionamento com a montadora, uma história boa ou ruim para compartilhar. Comprar um carro, especialmente zero quilômetro, deve ser uma tarefa refletida, com mais certezas que pontos de interrogação.
Mas o leitor há de saber que também existem dados concretos, que ao menos deveriam fazer parte da equação. E não é uma questão de entender ou não do riscado, de saber a diferença entre um motor V6 turbo com quatro válvulas por cilindro e um quatro em linha aspirado. Felizmente nosso mercado e nossa legislação evoluíram bastante a ponto de oferecer bons parâmetros de avaliação.
Isso acontece com os motores, que passaram a ser classificados pelo Inmetro assim como qualquer eletrodoméstico ou utensílio elétrico: pela eficiência energética. Anualmente, o órgão avalia o funcionamento do coração de todos os modelos vendidos por aqui e concede o selo Conpet (e a nota A) aos que oferecem o melhor em termos de economia. Antes mesmo de conhecer o veículo pessoalmente e fazer o test-drive, você pode consultar os dados no www.inmetro.gov.br/pbe.
Também há a questão da segurança, e hoje é fundamental destacar que a presença dos airbags dianteiros e do ABS (sistema anti-travamento dos freios) é obrigatória, caso algum espertinho queira sugerir que se trata de algo exclusivo de um determinado modelo. E se teoricamente todos deveriam oferecer proteção adequada aos ocupantes em caso de acidentes, há os que fazem isso melhor, e os que ainda ficam devendo. Como se fica sabendo disso? Basta consultar o https://www.latinncap.com/po/resultados – trata-se do site do instituto ligado à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que, constantemente, estraçalha veículos à venda por aqui para entender como se comportarão numa situação real.
E tudo bem se sua escolha receber apelido carinhoso, for “fofinho”, uma “máquina”, ou qualquer outro adjetivo positivo. Mas melhor ainda se, além disso, for seguro, econômico e valer cada centavo pago. Não deixe de curtir o meu canal de vídeos no YouTube, o goo.gl/MoNURV e até semana que vem.