Semana Nacional do Trânsito: quase nada a comemorar

22/09/2017 às 14:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:41

 Eis que encerramos mais uma Semana Nacional do Trânsito e, por mais que haja campanhas de educação, fiscalização redobrada das autoridades e o esforço para jogar luz sobre o tema, continuamos tendo pouco a comemorar. E pensar que atualmente a preocupação em discutir soluções para os problemas de nossas ruas e rodovias conta não apenas com uma semana, mas com um mês inteiro, por meio do movimento Maio Amarelo, do qual o site Seminovos BH Notícias, extensão do Seminovos BH, é parceiro oficial.

Infelizmente o brasileiro tem por tradição culpar sempre o outro; no caso, a autoridade, local, estadual ou federal. E é bem verdade que grande parte da malha rodoviária brasileira apresenta condições precárias, sinalização deficiente ou outros fatores que aumentam o risco de acidentes sérios. Mas motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres continuam deixando de fazer a sua parte; assumem comportamentos de risco e favorecem as tristes estatísticas.

De quê adianta fazer blitz e colocar faixas nas portas de escola se pais e mães continuam parando em fila dupla? E quando as placas ou sinais estão lá, como devem estar, e são solenemente ignorados? Do uso do celular ao volante chega a ser chato falar, tamanha a insistência no erro. E a combinação entre bebida e direção segue provocando tragédias, ceifando vidas e dando fim a sonhos. Veículos sem a menor condição de circular (e aí vêm à lembrança os caminhões carregados que costumam fazer estragos no Anel Rodoviário) continuam por aí, perdendo freios, ou conduzidos sob total imprudência. Mas a culpa é sempre do outro, de preferência dos governos. E a reação à crítica, ao erro costuma ser o inevitável dedo do meio, que já foi tema da coluna.

O que fica de saldo e merece reflexão são os números apresentados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MG), que revelam uma realidade preocupante, mesmo com uma leve melhora. Entre janeiro e julho, foram registrados em Minas 45.759 acidentes com vítimas – 8% a menos do que o mesmo período no ano passado, mas ainda assim assustador. O mesmo vale para o total de atropelamentos (3.734, redução de 4,6% na comparação com 2016). No caso dos acidentes leves, sem vítima, houve aumento de 6%. Aí é que eu pergunto: será que estamos fazendo a nossa parte por um trânsito mais seguro? Pense nisso antes de colocar a culpa no outro...

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