O que o nosso cérebro quer dizer

12/03/2020 às 19:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:56

Em um dia desses, conversando com uma amiga, pedi que escrevesse sobre o cérebro, já que ela usa habilmente suas redes sociais para compartilhar tantos assuntos relevantes e é uma incansável pesquisadora de inovações.

Essa amiga é a Engenheira Eletricista e Doutora em Gestão do Design Lígia Fascioni, autora de diversos livros e que nos presenteou com esse texto abaixo. Inclusive, ela elenca 12 regras do cérebro, estudadas pelo John Medina, das quais só falaremos de três aqui nesta coluna, mas que estão em seu site www.ligiafascioni.com.br.

“John Medina é um cientista especializado em biologia molecular e fundador de dois institutos de pesquisa do cérebro. Ele estudou realmente a fundo o tema e criou as Brain Rules (Regras do Cérebro) para que a gente possa aproveitar o máximo possível desse equipamento sofisticadíssimo que carregamos conosco.
Medina explica que tudo o que conhecemos o funcionamento do cérebro vem dos biólogos que estudam os tecidos, dos psicólogos experimentais que estudam os comportamentos, e dos neurocientistas cognitivos que estudam como os tecidos se relacionam com os comportamentos, além dos estudos dos biólogos evolutivos.

Os resultados dessas pesquisas todas levam a crer que o cérebro parece ter sido desenvolvido para:
resolver problemas relacionados à sobrevivência em um ambiente aberto e instável, e faz isso enquanto se movimenta constantemente.

Exercícios aumentam o poder do cérebro
De tudo o que já se estudou sobre a evolução humana, uma coisa é certa: nós sempre nos movemos. Pesquisas indicam que, em boa parte do nosso tempo evolutivo, a gente caminhava cerca de 20 km todos os dias. Somente no último século é que as pessoas começaram a passar a maior parte do tempo sentadas, uma posição totalmente antinatural. Claro que o cérebro vai se adaptar a isso também, mas não temos milhares de anos para esperar até que ele desempenhe bem nessas condições.

A gente sabia que isso faz mal para a coluna, a circulação e para o corpo em geral, mas o fato é que o sedentarismo prejudica também a performance cognitiva do cérebro. Caminhar alguns quilômetros por dia é bom, mas fazer 30 minutos de exercícios aeróbicos (ou seja: suar!) duas ou três vezes por semana reduzem em mais de 60% o risco de desenvolver doenças degenerativas como demência e Alzheimer. Por quê? É que o exercício aumenta o fluxo de sangue no corpo e consequentemente, aumenta o acesso ao oxigênio. E o cérebro é uma esponja de oxigênio. Isso é muito sério. 

Cérebro estressados não aprendem da mesma maneira
Existem vários tipos de stress conhecidos. Alguns aumentam o aprendizado e outros realmente prejudicam o processo. Por exemplo: pular de paraquedas pode ser um pesadelo para alguns e um sonho para outros. Cada organismo vai determinar como processar cada tipo, mas sempre há mudanças fisiológicas envolvidas (aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, sensação de liberação massiva de energia; em alguns casos, perda de controle emocional). De qualquer forma, sabe-se que o stress afeta profundamente o sistema imunológico e a memória; em casos extremos, pode até matar células do hipocampo. Existe também uma relação entre stress e depressão, prejudicando também a linguagem, a razão, a inteligência fluida e a percepção espacial. E não é possível separar o stress doméstico do ambiente de trabalho; um afeta o outro e ambos se potencializam mutuamente. 

Música aumenta a capacidade de cognição
Aprender música aumenta as notas em matemática, a habilidade de leitura, o Quociente de Inteligência, o raciocínio espaço-temporal, a capacidade de aprender línguas estrangeiras, a empatia e as habilidades sociais. É o que dizem os estudos. Música também muda o humor da pessoa por conta dos neurotransmissores dopamina, cortisol e oxitonina, liberados quando a gente escuta uma canção que gosta.”
Instagram: ligiafascioni
 

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