As professoras

25/04/2018 às 19:20.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:32

Poderia dizer também professores, mas cabe usar o termo no feminino, pois o ofício de ensinar é majoritariamente ocupado por mulheres. Na última segunda-feira, ao ver as cenas da repressão que sofreram professoras que protestavam na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, veio na minha lembrança a imagem da minha primeira educadora, que dava aula na Escola Normal, em Juiz de Fora. Era como se ela estivesse ali apanhando da Polícia Militar. Os profissionais da educação agredidos eram na sua maioria docentes do ensino infantil.

Mais de 700 pessoas se aglomeravam na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, quando foram surpreendidas pela ação desmedida do Batalhão de Choque da PM. Usou jatos de água, spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra uma manifestação pacífica, formada em sua maioria por mulheres e com a presença de crianças. Os dirigentes sindicais Wanderson Rocha e Conceição Oliveira foram presos acusados de incitar a violência. O governador Fernando Pimentel determinou a abertura de uma sindicância para apurar as denúncias de excessos cometidos pela Polícia Militar e é fundamental que os responsáveis sejam punidos.

A manifestação de segunda-feira na porta da PBH marcava o primeiro dia da greve de professores das UMEIS, que tem como mote principal a equiparação salarial com os docentes do ensino fundamental. Nesta quarta-feira, numa assembleia realizada no mesmo local, os professores decidiram por permanecer parados, pois alegaram que não houve evolução na proposta apresentada pela prefeitura. Felizmente, desta vez não houve repressão.

Não são apenas as professoras da PBH que estão em greve. Participei, na terça-feira, da assembleia dos docentes de escolas e faculdades da rede privada, que decretaram greve geral por toda Minas Gerais. Eram cerca de 2000 professores que ocupavam todo o hall da Assembleia Legislativa. O principal motivo da paralisação é a possibilidade de mudança em pontos da Convenção Coletiva de Trabalho, proposta pelo sindicato patronal. Ele quer retirar, por exemplo, o adicional por tempo de serviço, as bolsas de estudos para professores e dependentes, além do intervalo dos docentes.

O que dizer de um ofício que é a base de todas as profissões? É preciso valorizar cada vez mais o trabalho dos profissionais na educação e é inaceitável que possam perder direitos já conquistados. É necessário garantir condições dignas de trabalho, tornando a profissão mais atrativa para os que nela estejam e para os que nela interessem ingressar.

As mobilizações das professoras são exemplos a serem seguidos pelos trabalhadores em geral, que comemoram o seu dia no Primeiro de Maio. Minas Gerais conta com a força das mulheres à frente das duas maiores centrais sindicais. Duas professoras. Valéria Morato, da rede particular, presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Beatriz Cerqueira, da rede pública, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Elas são a cara das lutadoras que estão nas ruas nos últimos dias. 

Em tempos de perda de direitos e fechamento dos canais institucionais, cada vez mais comprometidos com os interesses dos patrões, como demonstrado na Reforma Trabalhista, só resta o caminho da luta. Todo meu apoio e solidariedade às professoras de Minas. Poderia dizer também professores, mas cabe usar o termo no feminino, pois o ofício de ensinar é majoritariamente ocupado por mulheres. Na última segunda-feira, ao ver as cenas da repressão que sofreram professoras que protestavam na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, veio na minha lembrança a imagem da minha primeira educadora, que dava aula na Escola Normal, em Juiz de Fora. Era como se ela estivesse ali apanhando da Polícia Militar. Os profissionais da educação agredidos eram na sua maioria docentes do ensino infantil.

Mais de 700 pessoas se aglomeravam na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, quando foram surpreendidas pela ação desmedida do Batalhão de Choque da PM. Usou jatos de água, spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra uma manifestação pacífica, formada em sua maioria por mulheres e com a presença de crianças. Os dirigentes sindicais Wanderson Rocha e Conceição Oliveira foram presos acusados de incitar a violência. O governador Fernando Pimentel determinou a abertura de uma sindicância para apurar as denúncias de excessos cometidos pela Polícia Militar e é fundamental que os responsáveis sejam punidos.

A manifestação de segunda-feira na porta da PBH marcava o primeiro dia da greve de professores das UMEIS, que tem como mote principal a equiparação salarial com os docentes do ensino fundamental. Nesta quarta-feira, numa assembleia realizada no mesmo local, os professores decidiram por permanecer parados, pois alegaram que não houve evolução na proposta apresentada pela prefeitura. Felizmente, desta vez não houve repressão.

Não são apenas as professoras da PBH que estão em greve. Participei, na terça-feira, da assembleia dos docentes de escolas e faculdades da rede privada, que decretaram greve geral por toda Minas Gerais. Eram cerca de 2000 professores que ocupavam todo o hall da Assembleia Legislativa. O principal motivo da paralisação é a possibilidade de mudança em pontos da Convenção Coletiva de Trabalho, proposta pelo sindicato patronal. Ele quer retirar, por exemplo, o adicional por tempo de serviço, as bolsas de estudos para professores e dependentes, além do intervalo dos docentes.

O que dizer de um ofício que é a base de todas as profissões? É preciso valorizar cada vez mais o trabalho dos profissionais na educação e é inaceitável que possam perder direitos já conquistados. É necessário garantir condições dignas de trabalho, tornando a profissão mais atrativa para os que nela estejam e para os que nela interessem ingressar.

As mobilizações das professoras são exemplos a serem seguidos pelos trabalhadores em geral, que comemoram o seu dia no Primeiro de Maio. Minas Gerais conta com a força das mulheres à frente das duas maiores centrais sindicais. Duas professoras. Valéria Morato, da rede particular, presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Beatriz Cerqueira, da rede pública, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Elas são a cara das lutadoras que estão nas ruas nos últimos dias. 

Em tempos de perda de direitos e fechamento dos canais institucionais, cada vez mais comprometidos com os interesses dos patrões, como demonstrado na Reforma Trabalhista, só resta o caminho da luta. Todo meu apoio e solidariedade às professoras de Minas. 

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