Pedro Parente: da escuridão à falta de combustível

30/05/2018 às 22:33.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:21

Ainda é cedo para o Brasil ter uma dimensão dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros. Até mesmo porque, na prática, a greve não foi totalmente suspensa e a situação está longe de normalizar. Os prejuízos são incalculáveis e atingiram a quase totalidade dos segmentos econômicos, além dos transtornos generalizados à população. A paralisação de vários ramos da economia trará, inevitavelmente, consequências para as receitas públicas, já reduzidas pela retração econômica. A elevação dos preços de mercadorias básicas da economia popular, em razão do desabastecimento, poderá influenciar nos índices de inflação. Enfim, um desastre amplo, danoso à economia e a todos, de proporções gigantescas e consequências dramáticas para todo povo brasileiro.

O que mais traz indignação é saber que apesar do caos que o valor dos combustíveis causou ao país, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, volta a afrontar a sociedade e anuncia um novo aumento do preço da gasolina. A partir desta quinta-feira, o preço nas refinarias subirá 0,74%. Isto significa que apenas no mês de maio, o preço do combustível nas refinarias já acumula uma alta de 9,42%. Desde que a empresa adotou uma política de preços alinhada à oscilação do barril no mercado internacional, já foram reajustados em mais de 200 vezes os preços dos derivados nas refinarias.

Além do absurdo atrelamento dos preços dos combustíveis ao mercado externo e suas flutuações, a greve dos caminhoneiros nos deixou várias reflexões. A primeira é que a população brasileira se encontra inteiramente agastada com o governo ilegítimo de Michel Temer, como mostra o apoio majoritário que deu ao movimento. A segunda é a incapacidade do governo de lidar com as crises sociais e políticas de um país complexo como o Brasil, cada vez mais perdido em uma profunda perplexidade quanto ao seu futuro, enquanto acumulam-se as demandas e problemas. Uma terceira constatação é que o Brasil precisa diversificar seus meios de transporte, evitando a concentração no transporte rodoviário, que apresenta maiores custos financeiros e humanos. É urgente o resgate da nossa malha ferroviária, sucateada há décadas e praticamente extinta. Bem como maiores investimentos no transporte hidroviário.

Nos últimos dias, em todos os cantos do país, desde as estradas até o Congresso Nacional, um consenso vai se criando, a urgência na adoção de uma medida: a demissão de Pedro Parente. O chefe da Petrobras foi principal responsável pelo caos que Brasil vem vivendo. Não custa lembrar que não é primeira vez que o país sofre com seus atos de gestão, sempre comprometidas com interesses estrangeiros. No governo Fernando Henrique Cardoso, Parente foi o ministro que comandou o apagão energético que deixou o Brasil no escuro. Agora, conseguiu deixar o Brasil parado.

Como se vê, a greve dos caminhoneiros mostrou um país à deriva. Sem uma política nacional de desenvolvimento, com um governo ilegítimo e rejeitado. E que traz graves riscos à nossa democracia. Este quadro reforça a importância das eleições de outubro. Que devem ser livres, diretas e que marquem o reencontro do povo com seu governo. 


 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por