Liberalismo econômico: novo pretinho básico

Publicado em 02/08/2018 às 21:53.Atualizado em 10/11/2021 às 01:44.


Quando eu era mais novo, dizer que alguém era liberal em temas econômicos era quase um xingamento; hoje, é o padrão… Responsabilidade fiscal, eficiência, redução do tamanho do Estado e mesmo temas como desestatização estão na cartilha de campanha da quase totalidade dos pré-candidatos à Presidência. E ainda mais forte na boca dos pretendentes aos cargos de governador, por dois motivos simples: o Estado brasileiro está quebrado; o brasileiro se descobriu um liberal.

Como pragmáticos, os potenciais novos governantes falam em cortes de gastos, mas na maior parte das vezes estão apenas repetindo o óbvio: se não há dinheiro, é preciso gastar menos. O problema é o que farão quando conseguirem equilibrar as contas, mesmo que ao custo de endividamento ou aumento de tributos.

Como populistas, querem agradar aos eleitores repetindo o que percebem ser um consenso: o mito do Estado paternalista morreu e seu longo velório tem o custo absurdo. Mas para agradar ao ouvinte, não têm qualquer compromisso com o longo prazo e, amanhã, se virem oportunidade de captar votos defendendo o contrário, passam novamente a estatistas… 

Cada vez que colocam em votação um aumento de remuneração do funcionalismo público ou a criação de uma vantagem, a demagogia política de plantão vai falar sobre a importância do serviço público e a necessidade de valorização das carreiras, pensando em votos e em uma relação complacente com os servidores, que são bem organizados e pressionam. Eu, como liberal, faço outras ponderações: Quanto custa? Quem vai pagar? Em comparação à iniciativa privada, esses valores ou benefícios fazem sentido? Vai melhorar a eficiência? O que será demandado em troca? Eu fui eleito como liberal e acredito que esse é o caminho da política e da economia, por necessidade e lógica.

Todas as vezes que se discute, por aqui, aumento de impostos, os perdulários vão argumentar que o Estado precisa de recursos para proteger os mais fracos, que precisa se estruturar para combater a pobreza e que todos têm de contribuir para a melhoria da vida em sociedade. Eu, como liberal, pondero: é melhor cortar gastos do que criar receitas. Cobrar mais impostos nos deixa a todos mais pobres. O Estado não protege ninguém, mas, ao contrário, sempre nos devolve menos do que nos toma.

Precisamos de mais liberais de verdade na política, porque o melhor lugar para combater o excesso de Estado é pelo lado de dentro, pelas “entranhas da besta” – cortando por aqui para enfraquecer esse monstro, que toma tanto e devolve tão pouco. As eleições estão chegando, lembre-se disso.


 

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