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Segunda-Feira,29 de Abril

Nem tudo está perdido

10/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:04

Quando me elegi vereador, no ano passado, para cada parabéns que recebi, ouvi duas mensagens de quase-pêsames: “Para quê você foi se meter nisso?”; “Você não vai dar conta da roubalheira!”; “Cuidado, vão acabar te matando!”; “Política não é lugar de gente decente!”.

Passados 90 dias, eu posso dizer: nem tudo está perdido!

O ambiente político municipal não é bom – ao contrário disso, é decepcionante. Perceber que vários vereadores estão preocupados com cargos, outros tantos com a próxima eleição, alguns com holofotes e pouca gente com o trabalho que precisa ser feito. É revoltante, mas também é educativo, reforçando minha certeza de que política a gente muda é por dentro. Agora eu posso parar de reclamar e começar a mudar as coisas que me incomodam: revogar leis inúteis e que diminuem o indivíduo, lutar contra a perda de tempo e recursos com homenagens e mudanças de nomes de ruas, mostrar que um vereador não precisa de carros, dezenas de assessores ou milhares de reais em verbas indenizatórias.

Fiz até agora tudo o que julgava importante e enfrentei algumas críticas, mas na maior parte do tempo percebo que até vereadores mais antigos estão atentos e, em alguns casos, constrangidos com a forma como as coisas eram feitas.

Muito bem. As notícias são, então, melhores do que eu esperava – apesar de não serem boas.

Tive também surpresas, parte porque encontrei pessoal técnico e entusiasmado pela possibilidade de uma outra forma de política, na Câmara e na Prefeitura. O que mais me agradou, contudo, foi perceber que as pessoas querem ouvir sobre a nova política, querem participar das mudanças e sabem o que precisa mudar. Faço reuniões quinzenais abertas, a quem quiser, para discutir projetos e ouvir opiniões – e os encontros estão sempre cheios. Estamos saindo do sofá!

Minhas redes sociais, constantemente em ebulição, a repercussão de minhas entrevistas no rádio, o convite para assumir esta coluna semanal – tudo isso reafirma minha certeza de que as pessoas não vão tolerar a continuidade dos velhos esquemas de corrupção e de uso do espaço público para promover interesses pequenos.

A maioria silenciosa vai mudar o país, nunca estive tão certo disso.

Durante muitos anos questionei se seria mesmo possível alcançar as mudanças no comportamento geral das pessoas e dos políticos, para alterar a realidade ao invés de apenas trocar a personagem que se aproveita a cada momento. Parecia, para mim, que não havia mais solução, mas então encontrei o novo, fui eleito contra todas as previsões e sou ouvido mesmo por quem poderia parecer surdo às minhas ideias.

Sei que não vai ser possível mudar o país sozinho, nem BH, mas como diria um amigo: eu não estou sozinho e nós já estamos nos reunindo!

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