De acordo com o IBGE, aproximadamente 300 mil brasileiros nascem com a síndrome de Down, e apesar do número expressivo, a representatividade ainda é pouca e o preconceito supera as expectativas de inclusão dessa parcela da população na sociedade. Aqui vamos expor também o preconceito que não se restringe às pessoas com síndrome de Down, mas que também acomete àqueles cujas respectivas raças não façam parte do padrão estipulado pela sociedade ao longo dos anos ao redor do globo.
Tanto o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial quanto o Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorados em 21 de março, apesar de suas respectivas importâncias históricas e sociais, são pouco lembrados. As datas existem para nos lembrar da importância de se atentar ao fato de que por serem grupos sociais minoritários, merecem atenção no que diz respeito à elaboração de políticas públicas que promovam equidade.
E o que isso quer dizer? A realidade é que em pleno século 21 o racismo estrutural ainda respira a plenos pulmões, seja de maneira explícita ou implícita. As trágicas estatísticas nos mostram que a pele negra ainda é sinônimo de mortes evitáveis, analfabetismo e desemprego. E essa vulnerabilidade precisa ser corrigida, todos os cidadãos devem poder se sentir confortáveis em seu próprio país.
Desde a Antiguidade, os grupos sociais que detêm o poder se valem deste para oprimir e segregar. Os alvos são vários. Seja a população negra, sejam as mulheres ou pessoas com deficiência ou ainda as pessoas com algum transtorno ou a Síndrome de Down, que apesar de acometer uma parcela significativa da população, ainda é mistificada.
Ir no sentido oposto ao da segregação e lutar pela inclusão são deveres coletivos, afinal somos uma sociedade de iguais e não um coletivo de individualistas. Para um quebra-cabeça dar certo, todas as peças devem se encaixar. Se uma peça é posta de lado, o quebra-cabeça não se completa. Respeito, dignidade e representatividade são direitos de todos e devem ser garantidos.
Somos iguais, nascemos da mesma maneira, variando apenas em alguns detalhes. Por que então pegar detalhes que nos tornam únicos e torná-los defeitos? A beleza da vida é a diversidade e o Brasil, com toda sua miscigenação, deveria dar o exemplo, em vez de reforçar o preconceito racial e social.
Juntos somos mais fortes e só seremos ainda melhores quando tivermos a certeza de que todas as vozes serão ouvidas e respeitadas. Apenas quando enxergarmos a todos como merecedores de respeito e dignidade é que estaremos verdadeiramente juntos nessa caminhada por um mundo mais justo e inclusivo.