Professor WendelFormado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade

Grafiteiros colorem Belo Horizonte

Publicado em 10/10/2017 às 19:24.Atualizado em 02/11/2021 às 23:10.

Outro dia, conversando com uma amiga, que é síndica, ela contou-me que o prédio que administra está sendo pintado pela segunda vez, por causa de pichações. Realmente, tenho recebido constantemente reclamações sobre este problema e por todo lado que a gente anda em Belo Horizonte encontramos pichações, o que provoca uma impressão de sujeira, abandono, descaso, desrespeito. E, com isso, cresce o sentimento de indignação com tanto vandalismo contra o patrimônio público e privado. Para os psicólogos, os pichadores são pessoas de todas as idades e classes sociais e explicam que o pichador é aquela pessoa que não consegue se realizar por meios tradicionais e, por isso, usa da transgressão para se satisfazer. E o pior: os pichadores se classificam como artistas que praticam a arte de rua e não arredam pé desta opinião, segundo os relatos de estudiosos do problema.

Existem leis, decretos municipais para inibir a pichação e os pichadores e estes, quando pegos em flagrante respondem a processos. Mas mesmo assim, as pichações continuam deixando a cidade toda rabiscada e poluída visualmente. Por isso, é muito importante o Projeto Profeta Gentileza, criado pela prefeitura, no início deste ano e que tem como objetivo apoiar os artistas de rua, que desenvolvem seus trabalhos em grafite nos espaços públicos e privados da cidade. O grafite surgiu nos anos 70, na cidade de Nova Iorque, como um movimento cultural das minorias. E foi considerado arte desde seu início porque, diferente da pichação, possui técnicas e desenhos elaborados, que levam as pessoas à interpretação.

Os analistas do assunto explicam que, como todo artista, o grafiteiro busca sua inspiração em algum tema, que, em muitos casos, são urbanos e críticos à sociedade. O importante é que o grafiteiro tenha a sua identidade, uma linha mestra para desenvolver seus desenhos e inclusive ser reconhecido e ele rascunha a sua ideia antes de reproduzi-la nos muros. O Projeto Profeta Gentileza, que começou em Belo Horizonte, em fevereiro, já está mostrando resultados que agradam pelas cores, desenhos e criatividade. As primeiras intervenções: no Viaduto Moçambique, na avenida Antônio Carlos, bairro Cachoeirinha e na rua Silvianópolis, no bairro Santa Tereza, estão agradando. Um projeto realmente positivo, que vem embelezando a cidade, retirando aquele ar “cinzento” do concreto. Portanto, uma iniciativa que merece todo apoio, porque a arte com suas manifestações, entre estas o grafite, contribui para melhorar a estética das cidades.

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