Durante dois anos, tivemos que readaptar nossas rotinas, em resposta aos desafios que a pandemia de Covid-19 nos trouxeram. Repentinamente vimos nossas programações e planos inviabilizados. Mães e pais tendo de assumir a função de professores ao mesmo tempo em que trabalham e administram o lar. Os alunos, por sua vez, a maioria na fase inicial, acabaram perdidos em meio a tanta mudança e na ausência da rotina escolar presencial. Hoje, felizmente, podemos ver o retorno à escola se concretizar na maior parte das escolas da rede pública de Minas, cada uma com suas peculiaridades e ritmos diferentes, mas todas com segurança.

A pergunta que paira é: qual escola as nossas crianças e jovens irão encontrar? E o que fará com que os alunos voltem a sentir alegria ao estar na sala de aula junto de seus colegas? É necessário um esforço conjunto da escola e da família, para que a lousa chame tanta atenção quanto a tela de um celular. Nesse processo, reaprender a respeitar limites e conciliar a rotina serão sem sombra de dúvidas a maior dificuldade a ser superada.

Como sabemos, a vida pós-pandemia não será um retorno à normalidade, ao que era antes. Teremos um “novo normal”, termo já bastante utilizado. O novo vem da necessidade de pensarmos em como aplicar na prática os aprendizados advindos de tudo o que vivemos nesses dois anos.

É preciso que a comunidade escolar se una para pensar: qual é a escola que queremos? Um passo importante para iniciar essa discussão é pensar em como transformar o espaço escolar. Um novo ambiente para que os alunos sejam acolhidos desde o início. Para que a escola volte a ser um lugar lúdico, didático e alegre. Muros cheios de cores e o chão pintado com aquela tradicional amarelinha fazem parte desse conjunto. O modo como os alunos estão sendo reinseridos certamente fará a diferença no rendimento e aprendizado. Esse é o momento de reavivar sonhos e expectativas.

Recursos de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que destinei para mais de 150 escolas estaduais espalhadas por toda Minas Gerais, serão fundamentais para viabilizar melhorias na infraestrutura escolar, e melhorias no ensino. Goethe disse que: “todo o conhecimento começa com o maravilhar-se”. Certamente, os professores estão empenhados em encantar os alunos com os saberes e com as trocas que só um “tete-a-tete” presencial pode proporcionar. Que este retorno escolar encante os alunos, os professores e a família, transformando toda a fantasia em sonhos, e os sonhos em realidade.

*Texto com a colaboração da Bárbara Santos, ativista pela educação e secretária executiva trilíngue.