Celebramos em 6 de julho o Dia Nacional do Teste do Pezinho, e este ano a comemoração é especial, pois mais um passo foi dado em direção a um amanhã com mais saúde para as nossas crianças. A lei federal nº 14.154 sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 27 de maio deste ano, garante o Teste do Pezinho ampliado em todo o Brasil. Não poderia deixar de ressaltar que o estado de Minas Gerais saiu na frente ao aderir a essa ampliação em janeiro de 2020, por meio de uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa (ALMG).
O teste do pezinho visa detectar doenças metabólicas e genéticas capazes de afetar o desenvolvimento do recém-nascido, logo na primeira semana de vida do bebê. Sendo assim, é essencial para rastrear precocemente diversas doenças raras. E se tratando de doenças raras, posso afirmar tendo como base minha experiência enquanto presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da ALMG, posição que me permite ter um diálogo amplo com toda a comunidade PCD, que o diagnóstico precoce pode definir o rumo que a vida do bebê seguirá, uma vez que quanto antes identificada, maiores as chances de que a doença não afete tanto quanto poderia, diferente do diagnóstico tardio.
O que mudou? Anteriormente à sanção da lei, o teste oferecido no SUS era capaz de identificar apenas seis doenças; número irrisório, quando considerada a vasta quantidade de doenças metabólicas e genéticas incapacitantes. Já com o Teste do Pezinho ampliado, esse número aumenta para até 53, rastreando 14 grupos de doenças diferentes. Essa é uma conquista que não veio da noite para o dia, mas sim de uma luta antiga, que ganhou maior força e relevância a partir da campanha Pezinho no Futuro, idealizada pela jornalista mineira Larissa Carvalho. Ela é mãe do Théo, que nasceu com uma doença metabólica rara e após o diagnóstico, Larissa criou a campanha para levar informações sobre a importância do teste do pezinho ampliado e coletar assinaturas numa petição que visava justamente a gratuidade do exame, uma vez que este já era ofertado na rede particular de saúde, fato que excluía muitos brasileiros do direito a um teste mais completo e efetivo.
Este é um grande avanço para o país, já que representa a possibilidade de detecção precoce de uma série de doenças que se tornam muito menos nocivas quando identificadas. O diagnóstico possibilita que o tratamento adequado se inicie logo nos primeiros dias de vida do bebê, garantindo assim um futuro mais saudável para nossas crianças.