Lucas GonzalezLucas Gonzalez é Deputado Federal, Empresário, Palestrante e Diretor Institucional da Transpes SA.

A economia e sua instabilidade internacional

Publicado em 28/04/2022 às 06:00.

A inflação ao consumidor voltou a pressionar nos Estados Unidos e atingiu 8,5% em março, no acumulado em 12 meses – a maior taxa desde dezembro de 1981, informou o Departamento do Trabalho do país. No mês, a inflação no varejo subiu 1,2% em março em relação a fevereiro, de 0,8% no período anterior.

O resultado ficou levemente acima das expectativas de economistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal”, que esperavam altas de 1,1% no mês e de 8,4% em base anual em março.

Os aumentos relacionados à gasolina, moradia e alimentação foram os que mais contribuíram para o resultado geral. Em março, a gasolina subiu 18,3% no mês e foi responsável por mais da metade do aumento mensal do indicador. Outros componentes de energia também aumentaram. Já o subíndice de alimentação subiu 1%, sendo que a refeição em casa teve alta de 1,5%.

Em base anual, o índice de energia avançou 32,0% em março, enquanto o índice de alimentos cresceu 8,8%, na maior alta desde maio de 1981.

A inflação do Brasil subiu menos que nos Estados Unidos e na Zona do Euro em um ano, vale destacar. Ao considerar o resultado no acumulado de 12 meses até março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) avançou 5,2 pontos percentuais no Brasil. A taxa da Zona do Euro cresceu 6,2 p.p. no período, de 1,3% para 7,5%. Dos EUA, passou de 2,6% para 8,5% –alta de 5,9 p.p..

Os preços estão sendo pressionados pela guerra na Rússia e Ucrânia. O conflito impactou principalmente a inflação mundial do grupo de energia, que inclui os combustíveis. O cotação do barril do petróleo subiu no mercado internacional depois do início dos ataques no Leste Europeu.

Entre os 15 integrantes do G20 que divulgaram a inflação até março, o Brasil ficou na 9ª posição no ranking de índices que mais subiram em pontos percentuais. Registramos 11,30%, o maior nível desde outubro de 2003, quando foi de 13,98%. Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá e Japão ainda não divulgaram as respectivas taxas de março.

Sobre o tema, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu surpresa no resultado da inflação de março. Segundo ele, o BC ainda vai analisar o número e comunicar a avaliação da autoridade monetária sobre a pressão inflacionária. “Foi uma surpresa que, curiosamente, se deu em vários países. Vamos analisar os fatores que estão gerando essas surpresas inflacionárias e vamos comunicar isso no momento mais apropriado”, disse em evento promovido pela Arko e Traders Club.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu que o Brasil terá um combate rápido à inflação. Guedes apostou, principalmente, no trabalho realizado pelo Banco Central (BC), que tem subido os juros como forma de lutar contra o aumento de preços: para o ministro, o BC agiu rápido o suficiente e “colocou os juros em seu devido lugar”, com a taxa Selic hoje em 11,75%; já instituições similares em outros países teriam “dormido no volante”. “No Brasil, pelo menos, estou convencido de que vamos derrubá-la antes até do que várias nações avançadas”, afirmou a empresários da Associação Comercial e Empresarial (Acim) de Maringá, prometendo também que o Brasil cresceria mais que o previsto pelo mercado financeiro.

É com um olho no Brasil e outro no exterior que teremos a leitura correta para melhor identificarmos o repertório de soluções que pode nos levar a números e fatos mais concretos e positivos. Vamos adiante!

Lucas Gonzalez é Deputado Federal (Novo/MG)

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