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Tiago MitraudAdministrador e deputado federal pelo NOVO/MG. É Líder do RenovaBR e dirigiu a Fundação Estudar

A vacinação começou, mas continuamos sem rumo

Publicado em 28/01/2021 às 19:37.Atualizado em 05/12/2021 às 04:02.

Há um mês, afirmei aqui que estava pessimista em relação à vacinação no Brasil, com tantas  indefinições e omissões por parte do governo federal. Hoje, talvez esteja um pouco mais.

Apesar do bate-cabeça e declarações contraditórias do Governo Federal no último mês, da dificuldade para concretizar a importação das vacinas da AstraZeneca, produzidas na Índia, e da disponibilidade ainda insuficiente das vacinas do Instituto Butantan, o país termina sua primeira semana de vacinação com mais de 685 mil brasileiros vacinados. 

Porém, as boas notícias até agora param por aqui.

Este início foi marcado também por atrasos no envio de doses aos estados, denúncias de pessoas furando a fila da vacina e incertezas crescentes quanto à disponibilidade de doses para a continuidade e expansão da vacinação nas próximas semanas.

É importante entendermos como chegamos a fevereiro de 2021 com tão poucas doses. Certamente a demora em definir um Plano Nacional de Imunização constitui uma das razões. A suspensão em novembro, por ordem direta do presidente, das negociações do governo federal com o Instituto Butantan também contribuiu. Por último, na última semana, surgiram ainda indícios de omissão do governo federal nas negociações para aquisição de milhões de doses de vacinas da Pfizer.

Representantes da Pfizer afirmaram que o governo brasileiro optou por não encomendar as vacinas da farmacêutica (a mais utilizada por outros países e uma das mais eficazes no combate ao vírus da Covid-19). Pressionado, o Ministério da Saúde reconheceu em nota a decisão e apresentou uma série de justificativas que parecem não parar em pé.

Para esclarecermos as principais dúvidas, eu e outros deputados do NOVO protocolamos esta semana um Requerimento de Informação solicitando ao ministério maiores informações sobre o Plano Nacional de Imunização, as razões que levaram a suspensão da parceria com o Instituto Butantan, bem como detalhes das negociações com a Pfizer.

Mas isso não é o bastante. Acreditamos que também é necessária a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e a convocação do ministro Eduardo Pazuello, para que venha ao Congresso Nacional dar maiores explicações  sobre as ações do governo federal, destacadamente, em relação à imunização e à inaceitável situação de Manaus. Neste último caso, é claro que a responsabilidade é compartilhada com os governos locais. Porém, como fiscalizadores do Executivo Federal, deputados federais não podem ficar inertes à péssima condução da pandemia por parte do governo. A insistência em minimizar a crise por parte do presidente e sua equipe já custou, infelizmente, a vida de milhares de brasileiros.

O ministro da Saúde e o Presidente precisam ser questionados, investigados e responsabilizados por esses erros. E é nesse sentido que temos trabalhado no Congresso Nacional.

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