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Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Nossos funcionários vão a pé?

Publicado em 03/09/2021 às 00:57.Atualizado em 05/12/2021 às 05:48.

Na última sexta-feira (27), coincidentemente, questionei aqui neste espaço o porquê de bares e restaurantes de BH funcionarem somente até às 23h. Na terça (31) tivemos a grata surpresa com o anúncio da flexibilização anunciada para o setor, que nos permite ampliar o expediente até 1h.

A conquista, importante, diga-se de passagem, é possível devido a dois fatores básicos: o avanço da vacinação na cidade, que consequentemente vem provocando a melhora visível em todos os índices epidemiológicos da Covid-19.

Entretanto, não posso deixar de destacar um ponto elementar para o novo momento que aparece no cenário: o funcionamento de uma metrópole como Belo Horizonte é similar a uma grande empresa. Isso significa que para ela operar com eficiência, precisa ter engrenagens funcionando em sintonia. Quando isso não acontece, gargalos na estrutura são inevitáveis.

Portanto, de nada adianta a possibilidade de ganharmos duas horas de faturamento se nossos funcionários não têm ônibus suficientes para voltarem para suas casas na madrugada, fato este que vem acontecendo. Já acontecia, inclusive, quando éramos autorizados a trabalhar somente até às 23h. Imagina, agora, na madrugada?

Um garçom que sai do trabalho hoje, às 1h, e utiliza dois ônibus, por exemplo, - um da BHTrans e outro metropolitano - enfrenta uma situação complicada. Ele até consegue pegar o primeiro coletivo. Mas, ao chegar no ponto do segundo, o último já passou. Restam ao trabalhador três opções: ficar a pé, recorrer a um aplicativo de transporte, que depois da meia noite certamente cobrará uma fortuna para levá-lo até sua residência, ou esperar o dia clarear para voltar para casa.

É por isso que reivindicamos uma ação coordenada entre a Prefeitura, Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e as empresas de transporte que operam na capital e municípios da região metropolitana para melhorar o fluxo do transporte público, um direito básico de qualquer cidadão.

À medida que a roda da economia volta a girar, como felizmente vem acontecendo, toda a estrutura fundamental para a cidade funcionar deve ser igualmente adaptada ao novo cenário. Se há demanda, deve obrigatoriamente haver oferta. Essa é uma lei básica da economia.

O que não dá é para ficarmos entre a cruz e a espada: se fechamos mais cedo para permitir que o colaborador tenha transporte para chegar em casa, perdemos vendas, tão importantes neste momento de recuperação, nem sequer geramos empregos. Se ficamos abertos até o horário autorizado pelo decreto, na tentativa de faturarmos mais, temos que pagar R$ 50, R$ 100 de Uber (todos os dias) para que o funcionário chegue em seu lar com segurança. Se já não bastasse o vírus, este é outro desafio, resultado de uma notória falta de gestão, que ainda temos que enfrentar.

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